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Indústria portuguesa de componentes quebra ciclo e sobe em outubro

Após dois meses em queda, a indústria portuguesa de componentes automóveis inverteu a tendência no último mês de outubro.

Componentes Audi
© André Mendes / Razão Automóvel

Este ano tem sido desafiante para a indústria portuguesa de componentes automóveis, com os resultados a estarem abaixo dos conseguidos em 2023, mas em outubro o registo foi positivo.

Segundo os dados da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), após dois meses de queda, as exportações registaram um crescimento de 2,6% face ao mesmo período em 2023, totalizando 1150 milhões de euros exportados.

Apesar do crescimento, o desempenho no mês de outubro não foi suficiente para compensar a tendência negativa que se fez sentir nos últimos meses.

variação homóloga outubro 2024
© AFIA

Entre janeiro e outubro de 2024, as exportações de componentes automóveis diminuíram 3,2% em comparação com o mesmo período em 2023, tendo alcançando os 10 mil milhões de euros.

Este decréscimo é acentuado pelas quebras na indústria portuguesa de metalurgia e metalomecânica, que também prevê um recuo nas exportações para a indústria automóvel em 2025. A primeira desde a pandemia, em 2020.

“Durante este ano estivemos sempre ligeiramente abaixo dos valores de 2023, foi havendo alguma recuperação, mas vamos terminar em linha. Como este setor é bastante alinhado com o ciclo económico, com o fraquíssimo crescimento que a Europa acrescenta nesta altura será difícil fazer melhor”, reconheceu ao ECO o presidente da associação empresarial do setor (AIMMAP), Vítor Neves.

Recordamos que o ano de 2023 foi um de recordes para a indústria portuguesa de componentes automóveis. As exportações cresceram 13,7% face a 2022, atingindo um recorde absoluto de 12,443 mil milhões de euros.

Se as previsões para 2024 poderão fechar com uma quebra face a 2023, o cenário em 2025 prevê-se mais difícil. A crise no setor automóvel europeu, também à boleia das crises políticas e económicas que se vivem em dois dos maiores mercados europeus, Alemanha e França, já se fazem sentir no tecido industrial português.

A Coindu (revestimentos para assentos), por exemplo, vai fechar a fábrica de Arcos de Valdevez, eliminando 350 postos de trabalho. Mais recentemente, a Cablerías, avançou com um pedido de insolvência, o que coloca os 250 postos de trabalho da sua fábrica de Valença em risco. Agora a Ficosa, devido à quebra de encomendas, colocou os 900 trabalhadores da sua fábrica na Maia em layoff. E não são as únicas.

Para onde vão os componentes automóveis feitos em Portugal?

O principal destino destes componentes continua a ser o continente europeu, concentrando 88,6% das vendas realizadas em 2024 (até outubro). Porém, verifica-se um decréscimo de 3,7% relativamente a 2023.

Em relação aos 15 principais mercados clientes, Espanha continua a ser o principal cliente de componentes automóveis portugueses, com uma quota de 28%, seguida pela Alemanha (23,8%) e França (8,2%).

Estes três mercados apresentam tendências diversas. O mercado alemão, por exemplo, apresenta um crescimento próximo dos 3% e o mercado espanhol e francês, por outro lado, mostram decréscimos acentuados, com ênfase no francês que caiu 23,8%.

“Com o foco contínuo na inovação, qualidade e competitividade, o setor de componentes automóveis demonstra capacidade para enfrentar os desafios e contribuir de forma significativa para a economia portuguesa”, avança José Couto, presidente da AFIA.

A indústria portuguesa de componentes automóveis é uma parcela significativa das exportações nacionais de bens transacionáveis, representando 14,9% do total. O seu impacto na economia portuguesa é, por isso, crucial.

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