Notícias Fim do Ford Fiesta é uma “oportunidade” diz diretor executivo da FIAT

Indústria

Fim do Ford Fiesta é uma “oportunidade” diz diretor executivo da FIAT

A FIAT quer voltar a dominar nos automóveis pequenos (segmento B) e manter liderança nos citadinos. Mas será rentável com a eletrificação?

Fiat centoventi concept

A FIAT, através de declarações do seu diretor executivo, Olivier François, reforça o seu compromisso para com os automóveis pequenos — citadinos (seg. A) e utilitários (seg. B) —, mesmo quando assistimos à saída de importantes e históricos rivais, como o Ford Fiesta que terminará a sua produção no próximo ano.

Mais recentemente foi a vez da Volkswagen colocar em causa o futuro do Polo — ainda por causa da Euro 7 e dos custos elevados associados a esta —, e são vários os construtores a admitir grandes dificuldades em conseguir a relação custo/rentabilidade certa nestes segmentos.

Quando olhamos para os planos da FIAT para os próximos anos, contudo, é precisamente neste espaço do mercado, o dos automóveis pequenos, que já foi seu que veremos o concentrar de novidades.

LEIAM TAMBÉM: Fim da linha. Fiat Panda 4×4 «reforma-se» sem deixar sucessor

Fiat B SUV
No início do ano foi vista esta «mula de testes» que esconde o próximo B-SUV da FIAT. © Razão Automóvel
Em declarações à Autocar, Olivier François diz que “estamos super-focados em fazer automóveis dos segmentos A, B e C, mas com o motor, carroçaria e tecnologias certos”, ou seja, dar aos clientes o “que eles realmente desejam nesse momento”; serão “automóveis pequenos, mas com um conjunto de soluções inteligente”, conclui.

Menos rivais é uma oportunidade

E François, apesar de saber e compreender porque é que outros construtores estão a sair deste espaço no mercado — “é mais desafiante”, refere —, vê a sua saída como uma oportunidade.

"O facto de não haver um Fiesta ou um Polo no caminho é simplesmente fantástico, porque é (o segmento) onde pertencemos. É onde as pessoas esperam encontrar-nos. Não fizemos um novo Punto desde 2013 ou algo assim, mas se perguntarem aos clientes europeus para nomear as marcas mais conhecidas no segmento B, a FIAT estará no Top 3."

"Precisamos de voltar a dominar o segmento B e precisamos de continuar a dominar o segmento A".

Olivier François, diretor executivo da FIAT

Eletrificação nos automóveis pequenos são um desafio enorme

A FIAT já disse que a partir de 2027 será totalmente elétrica, mas ao concentrar-se nos segmentos mais baixos, Olivier François reconhece o desafio enorme que tem pela frente, isto porque ainda ninguém encontrou a receita certa para combinar eletrificação com automóveis pequenos e ser rentável.

Fiat 500 vista dianteira 3/4 e vista lateral
O FIAT 500 continua a ser, por agora, o único modelo elétrico da marca italiana.

François começa por dizer que “a única forma fácil e super-lucrativa de ser elétrico é seguir o caminho super-premium, porque incluímos o custo horrivelmente elevado das baterias num modelo que já é caro”.

Para conseguir a necessária rentabilidade, a solução passa pelas sinergias e economias de escala só possíveis dentro de uma estrutura como a Stellantis: “Se não fosse a Stellantis, não estaríamos em grande forma. O modelo de negócio da FIAT ou Citroën é baseado nas economias de escala. Quando ativamos as sinergias é como se fossemos um miúdo no Natal, porque tudo se torna menos assustador.”

Conseguirá a FIAT recuperar a coroa do segmento B que dominou durante tantas décadas? Veremos. O primeiro novo FIAT da era Stellantis chega em 2023, um crossover compacto (B-SUV) que será produzido em Tychy, Polónia, onde também será produzido o novo Jeep Avenger.

Tal como o Avenger, assentará sobre uma evolução da plataforma CMP — a mesma que serve modelos como o Peugeot 2008 ou o Opel Mokka — podendo receber não só motores a combustão, como também uma cadeia cinemática 100% elétrica.

Fonte: Autocar