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Buraco sem fundo? Fisker prepara-se para ser liquidada

Nem mesmo depois de declarar falência a Fisker tem paz, e ainda há um logo caminho a percorrer. Fique a conhecer os contornos da situação.

Fisker Ocean
© Fisker

A Fisker ter declarado falência foi apenas a «ponta do icebergue» no que diz respeito ao futuro da marca. De acordo com o que foi avançado pela Reuters, o construtor de automóveis elétricos prepara-se para ser liquidado, tendo em conta o discutido numa audiência a 21 de junho.

No dia 17 de junho, em Delaware, a Fisker submeteu um pedido de proteção contra falência, ao abrigo do Capítulo 11 (nos EUA), indicando ativos estimados entre 500 milhões de dólares e mil milhões de dólares (aprox. entre 466-933 milhões de euros) mas também passivos entre os 100 milhões de dólares e os 500 milhões de dólares (aprox. entre 94-457 milhões de euros).

Inicialmente, depois deste anúncio, a marca planeava continuar “com operações reduzidas” através de um financiamento adicional, porém, o advogado da Fisker, Brian Resnick, declarou na mesma audiência que a empresa “não prevê ser capaz de obter esse financiamento”.

© Fisker O Fisker Ronin, o super-GT da marca norte-americana, estava previsto chegar a Portugal em 2025.

Assim, ainda de acordo com o mesmo, o construtor planeia liquidar os seus bens, sendo que está a tentar chegar a um acordo com um possível comprador para vender os seus 4300 veículos.

Entre os lesados, estão dois detentores de obrigações, aos quais a Fisker deve cerca de 850 milhões de dólares (aprox. 793 milhões de euros). Os advogados do maior grupo detentor acusam a Heights Capital Management, o menor grupo detentor, de ter «tomado controlo» da dívida de um forma “suspeita”.

De acordo com estes, a Heights Capital Management aproveitou-se do facto da Fisker estar atrasada em entregar documentos financeiros importantes para controlar os ativos do fabricante.

Até agora, a Heights Capital Management recusou qualquer acusação. O advogado do grupo, Scott Greissman, declarou as acusações “absurdas”, afirmando que “podem existir muitos credores desapontados, mas nenhum mais que Heights”.

«Só mais uma»

Estas notícias não surgem propriamente como um choque, sendo que a Fisker nunca foi rentável, com cerca de 273 milhões dólares de receita face a um prejuízo líquido de 940 milhões de dólares, em 2023 (aprox. 255 e 877 milhões de euros, respetivamente). Este torna-se assim o segundo projeto automóvel de Henry Fisker, diretor-executivo da empresa, a declarar falência.

A situação deste construtor surge numa altura em que são várias as startups de automóveis elétricos que «lutam» pela sobrevivência, tentado adaptar-se ao arrefecimento da procura deste tipo de automóveis nos principais mercados globais.

Fonte: Reuters

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