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Ford vai reduzir força de trabalho na Europa

A Ford anunciou despedimentos na Europa que podem chegar aos 4000 trabalhadores e que vai abrandar a produção dos elétricos Capri e Explorer.

Ford Explorer - 3/4 de frente
© Ford

A Ford acaba de anunciar uma nova ronda de despedimentos na Europa, que engloba cerca de 4000 postos de trabalho até ao final de 2027. É um número que equivale a cerca de 14% da força de trabalho europeia da empresa e que está a ser justificada pela diminuição da procura de veículos 100% elétricos.

O país mais afetado será a Alemanha, com um corte de 2900 postos de trabalho na fábrica de Colónia. Já o Reino Unido perderá cerca de 800 dos seus trabalhadores, enquanto os restantes são referentes a diversos mercados europeus.

Estes despedimentos juntam-se aos 3800 que a Ford já tinha anunciado no início de 2023, como parte de uma reformulação de negócio no mercado europeu.

Ford Capri - 3/4 de frente
© Ford

A desaceleração na venda de elétricos na Europa também justifica a decisão da Ford em abrandar a produção dos modelos elétricos Capri e Explorer, produzidos na fábrica alemã. A procura abaixo das expetativas, vai reduzir os turnos de produção, pelo menos, até ao final do primeiro trimestre de 2025.

Peter Godsell, vice-presidente da Ford Europa, destacou a fraca procura por veículos elétricos e os elevados custos operacionais como os principais desafios. “Precisamos de ações decisivas para reestruturar o nosso negócio”, afirmou, sem descartar possíveis medidas adicionais caso o mercado continue a piorar.

Marcus Wassenberg, diretor-geral da divisão alemã da Ford, afirmou que os cortes de empregos na Alemanha serão na fábrica de Colónia, sendo que os números avançados pela marca representam cerca de um quarto da equipa dessa unidade. Wassenberg destacou os elevados custos laborais e energéticos na Alemanha, como fatores decisivos para esta decisão.

Causas plausíveis

A transição para a mobilidade elétrica tem sido complexa de gerir para o setor automóvel. A Ford, que planeava converter quase toda a sua produção europeia para elétricos até ao final da década, enfrenta agora dificuldades semelhantes às do Grupo Volkswagen e da Stellantis, que também reviram em baixa as suas previsões devido à diminuição nas vendas.

A falta de resposta do mercado aos elétricos deve-se a vários fatores, como os preços elevados, o fim dos incentivos em mercados chave como o alemão, e falta ainda perceber qual será o impacto das tarifas sobre os elétricos produzidos na China.

Isto ao mesmo tempo que os fabricantes estão a ser pressionados pelos regulamentos. Na União Europeia são as metas de redução das emissões de CO2. No Reino Unido é o mandato para veículos zero emissões que obriga a vender uma determinada quota de veículos elétricos por ano. Esta é de 22% em 2024, subindo todos os anos até aos 80% em 2030.