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Fornecedores europeus despedem número recorde de trabalhadores em 2024

Os fornecedores da indústria automóvel europeia tiveram em 2024 um ano negro, mas as perspetivas são mais otimistas para 2025.

Sistema de propulsão do Volkswagen ID.3
© Volkswagen

A CLEPA, a Associação Europeia de Fornecedores Automóveis, no relatório referente a 2024, expõe um cenário negro em relação aos fornecedores da indústria automóvel.

Começa por divulgar que, só o ano passado, foram anunciados 54 mil despedimentos na indústria europeia de componentes. Este valor supera o conjunto de 2020 e 2021 — os anos da pandemia —, que somaram 53 700 despedimentos.

Desde 2019, no total, os fornecedores anunciaram aproximadamente 145 mil despedimentos, mas apenas 51 mil novos postos de trabalho.

Bateria de iões de sódio da Northvolt
© Northvolt A queda da Northvolt, vista como a esperança para a Europa ter um concorrente global para a produção de baterias, está agora a lutar pela sobrevivência.

A associação justificou o número elevado com o facto “da procura por automóveis elétricos ter sido mais fraca do que a esperada, o que teve um impacto significativo nas decisões de investimento. Pelo menos oito empresas adiaram ou abandonaram projetos europeus de baterias para elétricos em 2024″, avança.

Produção abaixo dos níveis da pandemia

O esperado aumento nas vendas de veículos elétricos para 2024 não se concretizou, com uma queda de 3% em relação a 2023, totalizando três milhões de unidades na Europa, de acordo com a Rho Motion.

O ano passado a União Europeia (UE) produziu menos 700 mil automóveis que em 2023 e menos 3,2 milhões de automóveis face aos níveis pré-pandémicos (2019), segundo um estudo da GlobalData (LMCA).

Esta queda na produção automóvel na UE, aliada aos altos custos de energia e de produção, têm afetado a competitividade da indústria automóvel europeia face à norte-americana e, sobretudo, a chinesa. Apenas 1/3 dos fornecedores conseguiu manter os níveis de lucro saudáveis, de acordo com um estudo da McKinsey e da CLEPA.

Em 2024, 65% dos fornecedores teve dificuldades em manter as margens de lucro acima dos 5% — o mínimo necessário para assegurar os investimentos necessários em futuras tecnologias.

Face a este cenário, não surpreende que o investimento tenha caído. Em 2024 os investimentos ascenderam a 5,64 mil milhões de euros, o montante mais baixo desde 2019 e muito abaixo face aos 18,15 mil milhões de euros investidos em 2022, o registo mais elevado dos últimos cinco anos.

A CLEPA prevê que “a não ser que a procura aumente e a Europa reganhe competitividade, a onda de despedimentos vai continuar nos próximos anos, deixando a indústria e os seus trabalhadores numa posição precária”.

Um outro estudo, da PwC Strategy, efetuado em 2021, tinha previsto cerca de 500 mil despedimentos nos próximos 15 anos (até 2035) relacionados com a transição para automóveis elétricos.

Para 2025…

Apesar do cenário sombrio que se abateu sobre 2024, a GlobalData (LMCA) espera uma recuperação este ano, com uma expansão significativa na produção de veículos elétricos.

Estes deverão representar até 27% da produção total no próximo ano, um aumento em relação aos menos de 20% esperados em 2024.

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