Notícias As razões da Mitsubishi para não querer fazer parte da fusão Honda-Nissan

Indústria

As razões da Mitsubishi para não querer fazer parte da fusão Honda-Nissan

A potencial fusão entre a Honda e a Nissan acaba de perder a possibilidade de ser uma fusão a três: a Mitsubishi vai optar por ficar fora.

Honda, Mitsubishi, Nissan
© Razão Automóvel

A Mitsubishi Motors está a considerar ficar de fora das negociações de fusão entre a Honda e a Nissan, tal como avançado pelo jornal japonês The Yomiuri Shimbun.

Em vez disso, a marca planeia reforçar a cooperação com ambas as empresas, mas mantendo a sua independência, estrutura atual e a autonomia para decisões estratégicas.

Quando o plano de fusão das marcas nipónicas foi anunciado, em dezembro de 2024, a Mitsubishi indicou que tomaria uma decisão até ao final de janeiro sobre se faria parte ou não desta. O presidente da Mitsubishi, Takao Kato, afirmou que a fusão era apenas “umas das opções” em análise.

A forte presença da Mitsubishi na região do sudeste asiático poderia ser uma mais valia para o novo gigante automóvel. Mas o construtor japonês — o mais pequeno dos três — receia que teria dificuldades em fazer-se ouvir entre os dois parceiros, prejudicando os seus interesses.

A disparidade no valor de mercado entre as três empresas é o fator mais crítico para esse julgamento. A Mitsubishi está avaliada em cerca de 3,73 mil milhões de euros (janeiro de 2025), enquanto a Honda ascende a 42,17 mil milhões de euros e a Nissan a 9,55 mil milhões de euros.

Além disso, recordamos que a Mitsubishi Motors tornou-se uma afiliada da Nissan em 2016, quando a empresa liderada, na altura, por Carlos Ghosn adquiriu 34% do seu capital. Atualmente, a Nissan detém 24% das ações da Mitsubishi Motors, enquanto a Mitsubishi Corporation controla 20%.

Este «desequilíbrio» poderia dificultar a influência da Mitsubishi nas decisões de gestão da futura holding.

Futuro independente

A Mitsubishi decidiu optar por se manter à margem desta fusão, apostando num crescimento mais sustentável nos mercados onde já está presente. A empresa acredita que será possível continuar a colaborar com a Honda e com a Nissan, em áreas como o fornecimento de veículos e no desenvolvimento tecnológico, sem comprometer a sua autonomia.

O construtor japonês reconhece, contudo, que o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como as relacionadas com a condução autónoma e o software necessário para os automóveis do futuro, exige esforços conjuntos devido aos elevados custos de investigação.

Com um valor global de vendas já próximo das 800 mil unidades (2023), a Mitsubishi Motors é o construtor mais pequeno deste trio: a Honda vendeu quase quatro milhões de automóveis e a Nissan ficou-se por perto de 3,4 milhões no mesmo período.

Mitsubishi ASX grelha dianteira
© Mitsubishi