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Quantos campos de futebol vai ocupar a gigafábrica de baterias em Sines

Os portugueses adoram futebol. Decidimos olhar para um dos maiores investimentos privados no país, a gigafábrica de baterias da CALB em Sines, fazendo comparações com o universo do futebol.

Futuras instalações de Sines da CALB
© CALB

A cidade de Sines está prestes a receber um dos maiores investimentos industriais da sua história. A nova fábrica de baterias da CALB, empresa chinesa especializada em armazenamento de energia para veículos elétricos, promete trazer um impacto significativo para a região.

O projeto envolve um investimento avultado, apoios estatais e uma expectativa elevada em torno da criação de emprego e desenvolvimento tecnológico.

Mas afinal, qual será a verdadeira dimensão desta unidade? Neste artigo apresentamos os principais números, começando pela dimensão do investimento, fazendo algumas comparações com o universo futebolístico.

NIO EL6 perfil
© NIO A NIO é um dos construtores que recorre às baterias da CALB.

Investimento público e privado

O projeto está avaliado em cerca de 2000 milhões de euros, com o Estado português a prever um apoio financeiro que pode chegar aos 350 milhões de euros.

Esse valor poderá ser atribuído de diversas formas, incluindo incentivos fiscais e, até mesmo, apoios diretos. Um modelo recorrente no âmbito das políticas económicas em investimentos desta dimensão, tendo em consideração o papel estratégico desta fábrica para a economia e competitividade nacional.

Para quem não está familiarizado com estas ordens de grandeza — na verdade, ninguém está — vamos colocar este números em comparação com o universo do futebol. O investimento inicial da fábrica (2000 milhões de euros) equivale a quase 2,5 vezes a faturação anual do Real Madrid ou do Manchester City.

Se comparássemos apenas o apoio estatal de 350 milhões de euros, isso já colocaria a “CALB FC” acima da receita dos três grandes portugueses: SL Benfica, FC Porto e Sporting CP.

O verdadeiro tamanho da fábrica

Outrora conhecida sobretudo pela refinação de petróleo, que continua a ter um papel fundamental na economia do país, e pela central termoelétrica — que foi desativada em janeiro de 2021 —, Sines agora é conhecida sobretudo pelo seu porto de águas profundas e pelos investimentos anunciados no domínio das baterias e do hidrogénio verde.

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Regressando às baterias, a CALB reservou 90 hectares (ha) na zona industrial de Sines para construir a fábrica. Isso equivale a quantos campos de futebol? Em termos comparativos, esta área equivale a cerca de 90 campos de futebol, um número que dá uma ideia da escala do projeto.

Milhares de postos de trabalho em perspetiva

A fábrica poderá empregar até 1800 pessoas, sem contar com o impacto indireto noutros setores, como logística, fornecimento de matérias-primas e serviços associados.

Se estes números se confirmarem, Sines poderá beneficiar de um novo dinamismo económico, atraindo mais negócios ligados à mobilidade elétrica.

Produção e impacto na economia portuguesa

Se o plano for concretizado como previsto, a unidade deverá ter uma capacidade de produção anual de 15 GWh de armazenamento de energia. O peso deste projeto na economia nacional também não é negligenciável.

Segundo as estimativas da CALB, quando estiver a funcionar em pleno, a fábrica de baterias em Sines poderá representar mais de 4% do PIB português, um valor que supera em 2,7 vezes o impacto da Autoeuropa.

Voltando ao universo do futebol, o impacto do futebol profissional no PIB português foi de aproximadamente 667 milhões de euros na época 2022/2023, representando cerca de 0,26% da economia nacional. Quando Paulo Futre falou dos charters oriundos da China, acertou. No futebol da eletrificação, Portugal está a marcar golos.