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Grupo VW vai investir 180 mil milhões de euros em 5 anos. Eletrificação e software são prioridades

Além do anúncio do investimento gigante, o Grupo Volkswagen apresentou também os resultados comerciais e financeiros de 2022.

Volkswagen ID. Buzz na estrada, frente 3/4
© Volkswagen

A distribuição do investimento anunciado pelo Grupo Volkswagen permite perceber facilmente o que está no topo das prioridades. Do valor astronómico anunciado, 122 mil milhões de euros serão destinados ao desenvolvimento e produção de veículos elétricos e software.

O anúncio foi feito durante a conferência anual do Grupo Volkswagen. Oliver Blume, diretor executivo do grupo, referiu-se ao ano de 2023 como “decisivo para executar objetivos estratégicos”.

Família ID da Volkswagen
© Volkswagen

De acordo com o último relatório anual, o grupo alemão vai aumentar o investimento em 13%, com a eletrificação e áreas relacionadas, que representam dois terços do volume global.

Mas a par de anúncios significativos de investimento e de um novo modelo — que vai colocar a Volkswagen na corrida pelo volume nos modelos 100% elétricos —, está também o foco declarado no aumento da produtividade.

Segundo Arno Antlitz, responsável financeiro do Grupo Volkswagen, 2023 terá de ser “o ano da produtividade”, como disse em entrevista ao 360 Grad, um jornal editado pelos trabalhadores. Pelo que esta estratégia liderada por Blume, promete agitar as águas internamente.

Nos planos está ainda a produção de baterias e o investimento na digitalização direcionado para o mercado chinês. Há também um reforço considerável da presença do Grupo na América do Norte, com a abertura da sua primeira fábrica de baterias fora da Europa, no Canadá.

Mercado está confiante, mas pressão aumenta do lado dos investidores

A resposta do mercado ao anúncio do investimento do Grupo Volkswagen e outras previsões está a ser positiva. A expectativa do grupo é de que a receita das vendas suba para os 350 mil milhões de euros este ano. O aumento anunciado de 14% das entregas, motivado pela diminuição da instabilidade na cadeia de distribuição, está a dar uma força adicional a todas as expectativas.

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No entanto do lado dos investidores a pressão aumenta. O investimento na eletrificação por parte do Grupo Volkswagen é substancial, não só ao nível de produto, mas também nas fábricas de baterias que se vão erguer nos próximos anos. A acrescentar a isto, há que colocar o custo do desenvolvimento dos motores de combustão, no sentido de os adaptar às normas Euro 7. Um “enorme barco” que Blume tem de saber navegar, onde qualquer desvio custa tempo e muito dinheiro.

O ano 2022

O ano que passou terminou em terreno positivo para o Grupo Volkswagen, mas ainda a sentir os efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia. A margem de lucro foi de 8,1%, e a faturação e lucros também ficaram acima de 2021, mas podiam ter sido mais expressivos.

Logótipo da Volkswagen e ID.
© Volkswagen

Ainda assim, todas as marcas viram os seus lucros aumentar. Até a SEAT e as marcas de volume conseguiram passar pelo teste de fogo que foi 2022. Apesar de terem entregue menos carros, os lucros operacionais combinados da Volkswagen, Skoda e SEAT subiram para quatro mil milhões de euros, contra 3,5 mil milhões em 2021.

A CARIAD, a divisão de software do Grupo, terminou o ano com uma performance negativa, ao apresentar prejuízos superiores a dois mil milhões de euros.

Aumentar a distribuição de dividendos vai continuar a ser uma tarefa hercúlea. O Grupo Volkswagen alerta para alguns dos entraves, como os investimentos preconizados, a instabilidade geopolítica e o esforço para cumprir normas de emissões que alguns construtores dizem ser de eficácia duvidosa.

É um futuro que longe de ser fácil, poderá ser facilitado. Isto caso a União Europeia reaja de forma positiva à pressão dos construtores que pedem para que sejam feitas alterações à futura norma Euro 7.

Fonte: Automotive News