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Híbridos plug-in estão a duplicar capacidade das baterias. Estes são os motivos

Saiba as razões que levaram tantos fabricantes a lançar uma nova geração de híbridos plug-in que fazem 100 km ou mais em modo elétrico.

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© SEAT S.A.

Há uma tendência crescente nos híbridos plug-in que estão a ser lançados no mercado europeu: autonomias em modo elétrico muito maiores — no geral acima dos 100 km —, graças ao uso de baterias que também cresceram significativamente.

Basicamente, as baterias dos híbridos plug-in estão a praticamente duplicar de tamanho e hoje apresentam capacidades que, até há alguns anos, eram consideradas razoáveis para um automóvel 100% elétrico.

Por exemplo, o renovado Volkswagen Golf eHybrid, lançado este ano, tem uma bateria de 25,7 kWh e declara uma autonomia de até 142 km. Em comparação, o Golf eHybrid de 2020, apresentava-se com uma bateria de 13 kWh e 72 km de autonomia.

Volkswagen Golf GTE
© Volkswagen Volkswagen Golf GTE é o híbrido mais potente da gama e viu a sua bateria praticamente duplicar em relação ao antecessor.

A bateria do Golf eHybrid atual passa a ser quase tão grande como a do Dacia Spring, que tem 28 kWh e permite ao citadino elétrico percorrer até 225 km.

O Golf não é caso único. No Grupo Volkswagen, esta nova geração do sistema híbrido plug-in, com a bateria de 25,7 kWh está a propagar-se a praticamente todas as marcas do grupo e a muitos modelos: do Audi A3 ao Skoda Superb.

Também estamos a assistir a saltos similares na capacidade das baterias dos híbridos plug-in da BMW, Mercedes-Benz e Stellantis, por exemplo. Afinal, a que se deve esta corrida a baterias maiores para os híbridos plug-in?

Revisão do cálculo das emissões de CO2

Talvez não surpreenda que uma das principais razões para o uso de baterias muito maiores nos híbridos plug-in esteja relacionado com as emissões de CO2. Ou melhor, com a revisão do cálculo das emissões deste tipo de veículos, como se pode ler no Regulamento (UE) 2023/443.

Essa revisão foi motivada por um relatório da Comissão Europeia, publicado no início de 2024, que concluiu que os híbridos plug-in produzem mais 350% de emissões CO2 no «mundo real» do que os valores homologados pelo ciclo WLTP.

A discrepância entre o homologado e o real é desmesurada e deve-se, em grande parte, ao fator de utilização, que é uma das variáveis usadas para calcular as emissões. Essencialmente, o fator de utilização estima o uso do híbrido plug-in em modo 100% elétrico. E como se veio a verificar, estava muito longe de corresponder à realidade.

Por isso, a União Europeia anunciou que, a partir de 2025, iria reduzir o peso desta variável. O fator de utilização passará a ser determinado por dados reais de utilização, fornecidos pelos fabricantes de automóveis.

Se o fator de utilização vai ser reduzido, as emissões de CO2 dos híbridos plug-in (ciclo combinado WLTP, que serve de referência ao cálculo das emissões dos construtores) vão subir. E isso é um problema.

Em 2025, na União Europeia, os fabricantes automóveis terão de reduzir a média das emissões de CO2 em 15% — das 115,1 g/km atuais para as 93,6 g/km. O incumprimento das metas incorre numa multa de 95 euros por carro e por grama acima do estipulado.

Se as emissões oficiais dos híbridos plug-in subirem, as contas das emissões dos construtores vão ficar muito mais complicadas e a probabilidade de pagar multas aumenta — facilmente chegam a muitos milhões de euros.

Para mitigar ou anular o efeito do fator de utilização mais reduzido no cálculo das emissões dos híbridos plug-in, a solução encontrada pelos construtores é simples: uma bateria muito maior.

Mitsubishi Outlander traseira
© Mitsubishi Mitsubishi Outlander. A nova geração do SUV japonês viu a sua bateria crescer em praticamente 9 kWh, de 13,8 kW para 22,7 kWh.

Alterações nos incentivos e benefícios fiscais

Além das mudanças no cálculo de emissões, as alterações nas condições de acesso aos incentivos e benefícios fiscais que os híbridos plug-in ainda têm em alguns países europeus, é a outra grande razão para recorrer a baterias de maior capacidade.

Foram vários os países que já retiraram os incentivos e/ou benefícios fiscais direcionados aos híbridos plug-in, enquanto outros «apertaram» as condições de acesso aos mesmos. Por exemplo, entre os requisitos estão valores mínimos de autonomia em modo elétrico ou emissões de CO2.

No caso português, atualmente, os híbridos plug-in têm direito a uma redução de 75% sobre o valor do ISV, desde que tenham uma autonomia mínima de 50 km e emissões de CO2 inferiores a 50 g/km.

Para continuarem a ser abrangidos pelos incentivos/benefícios e não prejudicar as vendas, a solução de simplesmente colocar uma bateria muito maior, o que resulta em mais autonomia e menores emissões, revelou ser a mais eficaz.

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Qual era o nome do protótipo da Skoda apresentado em 2022 que mostrava a visão da marca para um futuro topo de gama 100% elétrico?
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Pode encontrar a resposta aqui:

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