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Renault tem parte da Nissan. Agora Honda quer que Nissan compre essa parte

Para evitar interferências externas, a Honda quer que a Nissan compre as ações da Renault na sua própria empresa. Perceba o que está em jogo.

Aliança Renault Nissan Mitsubishi
© Razão Automóvel

A Honda pediu à Nissan para comprar a participação que a Renault detém na sua própria empresa, avançou a agência noticiosa japonesa Kyodo News, para evitar interferências externas nos seus planos de colaboração.

O grupo francês detém atualmente cerca de 35,7% das ações da Nissan. De acordo com os cálculos da Bloomberg, essa participação tem um valor estimado de aproximadamente 3,5 mil milhões de euros.

No CES 2025 a Honda apresentou dois protótipos 0 Series, muito mais próximos dos futuros modelos de produção.

Honda teme interferências externas

A Honda manifestou receios de que um terceiro agente possa adquirir a participação da Renault na Nissan e que isso interfira com os planos entre os dois fabricantes nipónicos, ou que comprometa a independência da Nissan no mercado.

No final do ano passado, altura em que a Honda e a Nissan anunciaram uma possível fusão, a Foxconn — uma empresa de Taiwan conhecida por produzir os iPhones para a Apple — mostrou-se interessada em adquirir uma parcela da Nissan, algo que não agradou ao Governo japonês. Até agora, as marcas recusaram-se a comentar.

Os números da Nissan

Apesar do cenário de incerteza, a Nissan poderá não ter os recursos financeiros necessários para atender às expectativas da Honda.

A Nissan encontra-se numa enorme posição de fragilidade, depois do seu valor de mercado ter caído 1,56 triliões de yen (cerca de 9,6 mil milhões de euros) até dezembro de 2024.

No primeiro semestre do ano fiscal de 2024 (abril a setembro, no Japão), a Nissan registou uma queda de 79,1% na receita líquida face a 2023.

Este desempenho obrigou a Nissan a rever em baixa as suas expectativas para o ano fiscal de 2024 (que termina a 31 de março, no Japão), antecipando uma redução de 74% nos seus lucros anuais. O construtor também anunciou o despedimento de 9000 trabalhadores, como parte de um esforço para conter perdas.

Fonte: Bloomberg

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