Notícias Possível fusão entre Honda e Nissan ganha força. O que está em causa

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Possível fusão entre Honda e Nissan ganha força. O que está em causa

O que começou por ser um princípio de colaboração entre a Honda e a Nissan ganha agora contornos de uma possível fusão.

Honda Nissan joint venture

A Honda e Nissan, o segundo e terceiro maiores construtores nipónicos, estão em negociações para aprofundar relações, estando em discussão a formação de uma nova holding para gerir as duas empresas, com o cenário de uma potencial fusão a estar também em cima da mesa.

A notícia foi divulgada pelo jornal japonês Nikkei e o objetivo, como noutros casos similares, é o de aumentar as sinergias e partilhar recursos para melhor enfrentar uma concorrência que não para de crescer, nomeadamente a que vem da China e também a Tesla.

O foco desta aproximação e união de esforços está, por isso, em conseguir ser mais competitivo nos automóveis elétricos e eletrificados, onde a China é a atual líder.

Nissan Ariya Nismo - vista lateral de frente
© Nissan Nissan Ariya.

Os construtores chineses têm crescido progressivamente e estão a conquistar quota de mercado a todos os outros neste que é o maior mercado automóvel do mundo. O que está a deixar construtores como a Honda e a Nissan em dificuldades num dos seus principais mercados.

Para dar a volta a essa situação e serem mais competitivos, os dois construtores já tinham assinado um memorando de entendimento em março para estudar a viabilidade de uma parceria estratégica, com especial incidência no desenvolvimento de componentes para veículos eletrificados. A Mitsubishi, da qual a Nissan tem 24%, juntou-se mais tarde a esta parceria.

Caso decidam formar uma nova holding, esta empresa-mãe teria como missão gerir as duas empresas, ficando por esclarecer se o objetivo final não seria mesmo o de estabelecer as bases para uma fusão total, que seria alargada à Mitsubishi.

O anúncio desta possível união poderá acontecer tão cedo como no próximo dia 23 de dezembro, avançou a TBS. A «pressa» deve-se à posição frágil em que a Nissan se encontra atualmente (prevê que lucros caiam 74% este ano e já anunciou 9000 despedimentos), estando vulnerável a possíveis entradas no seu capital por outras empresas.

Uma delas é a Foxconn, conhecida por produzir os iPhones para a Apple, mas que tem estado a fazer investimentos avultados em fábricas para construir automóveis elétricos. E está interessada em adquirir uma parcela da Nissan, de acordo com declarações de uma fonte à Bloomberg.

Honda CR-V Hybrid dianteiro
© Honda Honda CR-V.

Se as negociações entre a Honda e a Nissan terminarem com a formação de uma holding ou até uma fusão, transformar-se-á no terceiro maior grupo automóvel mundial, atrás da Toyota e do Grupo Volkswagen em vendas. Seria uma das maiores uniões na história da indústria automóvel, comparável à união entre a FCA e a PSA, que deu origem à Stellantis em 2021.

Também consolidaria a indústria automóvel japonesa em dois grandes grupos: Toyota (o maior grupo automóvel mundial) e Honda-Nissan.

O que dizem a Honda e a Nissan?

Em resposta às notícias de uma potencial fusão, a Honda e a Nissan emitiram um comunicado conjunto, muito breve. O comunicado diz que a fonte das notícias de uma possível integração dos negócios foram as respetivas empresas, mas também não desmente o cenário de uma possível fusão.

Refere ainda que as duas empresas estão a “considerar várias possibilidades para uma colaboração futura, mas não foram tomadas decisões”.

Qual a posição da Renault?

No entanto, o Grupo Renault, que é o maior acionista da Nissan (quota de 36%), veio dizer à Bloomberg que não se opõe às conversações entre a Nissan e a Honda sobre uma potencial fusão. Caso a fusão avance, os franceses são uma parte crucial para a concretização dessa operação.

Estas declarações do Grupo Renault consolidam os rumores de que uma fusão está efetivamente em discussão entre a Honda e a Nissan.

Esta possível fusão também levanta questões sobre o futuro da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Mas esse é um assunto que só deverá ser discutido mais tarde, caso se chegue a algum acordo.

Como nota final, não é a primeira vez que se discute uma possível fusão entre a Honda e a Nissan. O governo japonês já tinha sugerido essa possibilidade em 2020, mas que foi recusados pelos dois construtores.

Fonte: Bloomberg

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