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Governo italiano poderá entregar marcas a empresas chinesas

O objetivo é atrair capital chinês e produção de automóveis para Itália. A moeda de troca serão marcas históricas de automóveis já extintas.

Autobianchi A112 Abarth - 3/4 de frente
© Autobianchi

As relações entre o Governo Italiano e a Stellantis já viram melhores dias e poderão degradar-se um pouco mais. Depois da «guerra dos nomes», poderá haver um novo capítulo nesta saga: o Governo Italiano liderado por Giorgia Meloni poderá vir a apropriar-se de marcas de automóveis históricas que a Stellantis tem em sua posse e não está a explorar.

O objetivo é atrair capital chinês e novas linhas de produção para o país, usando como moeda de troca marcas históricas como a Autobianchi e a Innocenti — «herdadas» pela Stellantis, juntamente com a Fiat — como oferta aos construtores chineses que se queiram fixar no país.

Segundo é avançado pela publicação italiana Il Sole 24 Ore, o Ministério da Indústria italiano já terá mesmo registado duas novas «versões» destas duas marcas, com logótipos diferentes dos utilizados pela Stellantis.

Innocenti Mini - foto de grupo em vista superior com pessoas
© Innocenti Um dos modelos mais conhecidos da Innocenti foi o Mini, que fechou portas em 1996, já sob a alçada da Fiat.

Do lado da Stellantis, em resposta à Reuters, foi afirmado o conhecimento do tema através da imprensa, mas que não tinha recebido qualquer informação oficial do Governo sobre o mesmo.

A publicação italiana referiu ainda que esta «apropriação» seria possível graças a uma lei aprovada no final do ano passado, referente a marcas não utilizadas por, pelo menos, cinco anos.

Estando sob o controlo do Governo, segundo a lei, estas marcas podem ser entregues a “empresas, incluindo estrangeiras, que pretendam investir em Itália ou transferir para Itália atividades de produção localizadas no estrangeiro”.

Stellantis e Governo de costas voltadas

Esta troca de «mimos» entre o Governo italiano e a Stellantis já começou há uns meses, influenciando diversas marcas do grupo. Em causa estão diversos produtos com nomes ou menções a Itália, mas que não têm produção em solo italiano.

Por exemplo, o recente Alfa Romeo Milano foi forçado a mudar de nome, para Junior e os pequenos Fiat Topolino foram apreendidos pelas autoridades por incluir uma pequena bandeira italiana na lateral. E há umas semanas, a Fiat lançou um vídeo do seu 500, mais ou menos como resposta, afirmando que não são necessários logótipos, nomes ou bandeiras para identificar as origens de um determinado modelo.

Autobianchi Y10 - gama
© Autobianchi O Lancia Y10 também teve uma versão da Autobianchi e com uma gama bastante completa. No entanto, a marca foi encerrada em 1995.

Fonte: Il Sole 24 Ore