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BYD estreia «supernavio» com truque para escapar às sanções europeias

O BYD Explorer N.º 1 tem mais de 200 m de comprimento e foi desenvolvido para ser dos mais eficientes do mundo. É movido a gás natural.

BYD Explorer N.º 1
© BYD

Chama-se BYD Explorer N.º 1 e, apesar do nome digno de uma missão da NASA, não é um foguetão. Trata-se, isso sim, de um supernavio cuja missão é transportar carros elétricos fabricados na China para o mercado europeu.

Tem capacidade para transportar até 7000 carros, mas como veremos adiante, esta é apenas umas das muitas características que esta «cidade flutuante» tem para mostrar. A sua primeira viagem para Europa teve início este mês e tem como destino final a Alemanha.

© BYD BYD Explorer N.º 1

É o primeiro exemplar de uma nova geração de navios Ro-Ro (diminutivo de Roll-off e Roll-on) — um tipo de embarcação da qual já falámos extensivamente neste artigo — produzido pelos estaleiros da China International Marine Containers Group Co, operado pela Zodiac Maritime Ltd, e que estará ao serviço exclusivo da BYD.

Os factos que impressionam

Não é dos maiores navios da sua classe, mas promete ser um dos mais eficientes do mundo. Como? Devido principalmente ao combustível que usa para navegar. O BYD Explorer n.º 1 é movido parcialmente a gás natural, um combustível fóssil mais «amigo do ambiente» que os combustíveis queimados normalmente por este tipo de embarcações.

Além disso, incorpora um sistema interno de baterias de alta capacidade, que podem recuperar energia através do eixo que liga o motor principal às hélices. O casco também foi desenhado para minimizar a resistência e a tinta utilizada nas zonas que estão em contacto com a água são anti-algas.

Em termos de números, estamos na presença de um navio com mais de 200 m de comprimento, 38 m de largura e 9 m de calado. A velocidade máxima é de 18,5 nós (34,3 km/h).

Um movimento de gigante

É o primeiro navio Ro-Ro da BYD, mas promete não ser o último. Estão na calha pelo menos mais seis navios para serem utilizados pela BYD e pelas várias subsidiárias da marca.

Este navio foi desenvolvido para ser o mais «verde» possível, antecipando já algum agravamento das relações entre a China e a Europa. Recordamos que a UE está a ponderar criar uma taxa ambiental para tentar travar o avanço das marcas chinesas no nosso mercado: o transporte passará a contar para os cálculos das emissões dos automóveis.

Assim, a BYD baixa as suas emissões de CO2 e escapará às eventuais sanções da UE, ainda que apenas de forma parcial. Além disso, segundo avança o Financial Times, ajuda também a marca chinesa resolver o problema do custo galopante do transporte marítimo, que tem vindo a subir desde a pandemia e que agudizou-se com a crise dos semicondutores.