Renault deixa um alerta: “É impossível cumprir a Euro 7 em 2025”

Durante a recente apresentação dos resultados financeiros do primeiro semestre do Grupo Renault, Luca de Meo revelou valores recorde para as marcas do grupo. Apesar dos excelentes resultados, o responsável do grupo francês, não deixou de antecipar algumas nuvens no horizonte.

Luca de Meo não foi tímido nas respostas aos temas que «assolam» atualmente o mundo automóvel, como a proibição de venda de automóveis novos com motor de combustão a partir de 2035 e a pouco popular Euro 7, que entrará em vigor em 2025.

Euro 7 ainda não tem regras definidas

Sobre o «fim» do motor de combustão para 2035 tal como definido pela UE — ainda que com uma exceção —, o diretor executivo do Grupo Renault afirmou que esta “deverá ser adiada, pelo menos, até 2040”.

Segundo de Meo, e em resposta à agência de notícias italiana ANSA (Agenzia Nazionale Stampa Associata), só desta forma será possível assegurar condições de utilização mais adequadas ao inevitável número crescente de automóveis elétricos.

Entre elas está a criação de infraestruturas de carregamento compatíveis com as necessidades de utilização que serão cada vez maiores. E também para aproveitar a (previsível) descida de preços dos automóveis elétricos, tornando-se, assim, numa alternativa para um maior número de utilizadores.

Sobre as normas anti-poluição Euro 7, Luca de Meo foi ainda mais direto:

“Quero ser claro: as normas têm de ser completamente revistas, com atenção à poluição proveniente dos travões e dos pneus. Quanto aos motores, é impossível que estes cumpram as normas Euro 7 até 2025.

Luca de Meo, diretor executivo do Grupo Renault

A impossibilidade de cumprimento da Euro 7 avançada por de Meo deve-se ao facto de, apesar de estarmos já a meio de 2023, as regras ainda não terem sido definidas pelos reguladores. Conclui afirmando que “a versão final da Euro 6 está muito boa”.

Resultados do Grupo Renault

Quanto aos resultados financeiros do grupo francês, o plano “Renaulution” continua a dar frutos. Face ao período homólogo de 2022, as receitas tiveram um crescimento de 27,3%, o que se traduz num valor de 26,8 mil milhões de euros.

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A margem operacional do Grupo Renault no setor automóvel foi de 6,2%, ou seja, uma subida de 4,1 pontos face ao primeiro semestre de 2022 — reflexo da forte aposta no segmento C, onde estão o Mégane E-TECH Electric, o Arkana e o Austral, garantindo margens superiores.

A margem operacional reflete-se em 1,5 mil milhões de euros, sendo mais do triplo do valor do período homólogo.

Em termos de unidades comercializadas, sem surpresas, a Renault continua a ser a marca com os números mais marcantes. No primeiro semestre, foram vendidos mais de 772 mil automóveis da Renault, numa subida de quase 12% face aos primeiros seis meses de 2022.

A marca com a maior subida, no entanto, foi a Dacia, com um valor de 24% face ao período homólogo e com mais de 345 mil unidades comercializadas em todo o mundo. Só na Europa, as vendas da marca romena superaram as 300 mil unidades, num crescimento de 30%.

Por último, a mais desportiva Alpine viu comercializados quase 1900 automóveis no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 9% face à primeira metade de 2022.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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