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CEO da BMW alerta: “fim do motor de combustão pode ter riscos políticos”

Oliver Zipse, CEO da BMW, diz que o fim prematuro do motor de combustão vai tornar o automóvel inacessível a muitos e até tem riscos políticos.

Oliver Zipse
Enes Kucevic

Os responsáveis da indústria automóvel continuam a criticar o fim prematuro anunciado do motor de combustão — em 2035 será proibida a sua venda em automóveis novos. Agora foi a vez de Oliver Zipse, o diretor executivo da BMW, a voltar a criticar o rumo definido pelos políticos.

Estas declarações surgiram à margem da apresentação de um investimento de 1,7 mil milhões de dólares (cerca de 1,745 mil milhões de euros) para uma fábrica de modelos elétricos na Carolina do Sul, nos EUA.

Esta não é a primeira vez que Oliver Zipse critica o fim prematuro do motor de combustão. Em fevereiro defendeu que o mercado não está preparado para abandonar a combustão e é insensato fazê-lo tão cedo.

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Fábrica da BMW na Carolina do Sul
Apesar das críticas ao fim do motor de combustão, a BMW está a preparar-se (e a apostar) num futuro elétrico.

Metas ambiciosas? Sim. Proibições? Não

Oliver Zipse começou por relembrar que a BMW, ao contrário de outros construtores, não marcou uma data no calendário de quando vai abandonar os motores de combustão. Mas deixou avisos acerca dos efeitos do fim prematuro desta solução.

Apesar de a BMW ser uma marca premium — preços praticados mais elevados e maior presença em segmentos mais altos —  o seu diretor executivo afirmou: “não queremos que os carros desapareçam dos segmentos mais baixos, politicamente isso é super perigoso”. Palavras que ecoam as proferidas por Carlos Tavares, diretor executivo da Stellantis, durante o Salão de Paris, ao comentar também o banir dos motores de combustão dos automóveis novos a partir de 2035.

Oliver Zipse foi ainda mais longe, reforçando que “tornar a propriedade automóvel acessível apenas aos ricos é perigoso (…) Como político seria mega-cauteloso, pois estamos a tirar os carros às pessoas por decreto”.

Zipse como responsável máximo da BMW admite que apoia a implementação de metas de emissões ambiciosas, mas por outro lado alertou que estabelecer uma data para o fim da venda de automóveis novos com motor de combustão pode “levar a que as pessoas continuem a conduzir carros velhos”.

O diretor executivo da BMW relembrou ainda que não há sinais de que o motor de combustão interna se torne obsoleto a nível global nos próximos 15 anos e que o ideal é “oferecer escolha em vez de limitações”.

Prontos para o que vier

Apesar das críticas, Oliver Zipse relembra que a BMW está pronta para responder às leis que forem impostas, afirmando que a marca alemã “está preparada e vai ter carros suficientes”.

Recorde-se que a BMW prevê que em 2030 pelo menos 50% das suas vendas correspondam a modelos 100% elétricos.

Já neste ano de 2022 a marca alemã diz que as vendas dos seus veículos elétricos deverão duplicar relativamente a 2021, com Zipse a defender que esse resultado depende de “uma mistura entre as leis, os desejos dos consumidores e o produto (…) mas o mercado está a crescer”.

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