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Plano de Ação para salvar indústria automóvel já é conhecido

Foi hoje revelado o Plano de Ação da Comissão Europeia para dar um impulso à indústria automóvel: o foco está na inovação, digitalização e tudo o que gira à volta dos veículos elétricos.

Peugeot 208
© Stellantis

A Comissão Europeia revelou hoje o seu Plano de Ação para salvar a indústria automóvel, após mais de um mês de conversações com vários representantes do setor.

Nos últimos dias, vieram a público várias das medidas que a Comissão poderia apresentar e podemos confirmar que todas encontram-se presentes no documento final.

O Plano de Ação hoje revelado concentra-se, sobretudo, em aumentar a competitividade da indústria automóvel no que respeita ao desenvolvimento tecnológico (veículos autónomos e definidos por software) e aos veículos elétricos (produção de baterias, incentivos à aquisição, infraestrutura de carregamento, etc.).

“Quero que a nossa indústria automóvel europeia assuma a liderança. O nosso objetivo comum é construir uma indústria automóvel sustentável, competitiva e inovadora na Europa, que beneficie os nossos cidadãos, a nossa economia e o nosso ambiente”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia
Ursula von der Leyen
© CE Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Baterias na Europa

Um dos grandes problemas hoje na indústria automóvel europeia prende-se com a falta de competitividade dos elétricos europeus face a outros, como os chineses.

O Plano de Ação da Comissão Europeia pretende atacar este problema em várias frentes, que passa não só pela produção de baterias dentro da União Europeia, como garantir uma “cadeia de abastecimento segura e competitiva de matérias-primas para baterias”.

Para esse efeito, a CE anunciou que vai disponibilizar 1,8 mil milhões de euros, num investimento que visa reduzir a dependência de fornecedores externos e assegurar a autonomia estratégica da Europa na produção de baterias para elétricos.

Vale a pena lembrar que a UE já tinha demonstrado anteriormente a intenção de reduzir a dependência externa para a produção e fornecimento de baterias. No final de 2024, anunciou a atribuição de subsídios que ascendem a mil milhões de euros aos fabricantes de baterias europeus.

Incentivos à compra de elétricos

Dada a fraca procura por elétricos na Europa, a Comissão anunciou estar a trabalhar em medidas para incentivar a adoção de carros com zero emissões: “o plano de ação inclui medidas que proporcionarão incentivos à transição para veículos com nível nulo de emissões”, lê-se em comunicado.

Para garantir a eficácia das medidas, a instituição vai trabalhar em conjunto com os Estados-Membros para trocar informações sobre as melhores práticas e as lições aprendidas dos programas de incentivos existentes, incluindo ao nível da fiscalidade.

A Comissão quer também promover esquemas de leasing social para veículos zero emissões novos e seminovos.

O Plano de Ação encoraja ainda um foco renovado nas vendas de veículos zero emissões para empresas e frotas. Atualmente, já representam 60% do total das vendas de carros novos na União Europeia.

Acelerar a inovação

Outro ponto importante do plano de ação é a criação de uma Aliança Europeia de Veículos Conectados e Autónomos, destinada a reunir as partes interessadas do setor automóvel para desenvolver este tipo de tecnologias.

Esta aliança vai ajudar a indústria na transição para veículos autónomos e com Inteligência Artificial. Ao mesmo tempo, a CE vai continuar a trabalhar na regulamentação destes veículos e na criação de condições para permitir testes-piloto em larga escala, tanto para o transporte autónomo de passageiros como de mercadorias.

“Estas ações serão apoiadas por investimentos conjuntos público-privados de cerca de mil milhões de euros apoiados pelo Programa Horizon Europe durante o período 2025-2027”, anunciou a CE.

Flexibilização das normas de emissões

Face aos pedidos de vários construtores para que as novas metas de emissões fossem suavizadas, a Comissão Europeia vai propor este mês uma alteração no regulamento das emissões de CO2 (dióxido de carbono).

Contudo, as metas mantêm-se as mesmas. A única coisa que muda é o prazo que os construtores têm para as cumprir. Ao invés de terem-nas de atingir este ano, a Comissão propõe que o cálculo seja feito ao longo de três anos (2025-2027).

O objetivo é o de proporcionar às empresas do setor automóvel mais tempo para se adaptarem às metas de redução das emissões.

Apoio aos trabalhadores da indústria

Por último, mas não menos importante, a Comissão abordou os desafios relacionados à escassez de competências e ao envelhecimento da força de trabalho no setor automóvel europeu.

Para enfrentar estes desafios, será criado um fundo de 90 milhões de euros, destinado a financiar a formação de competências no setor, ajudando os trabalhadores a adaptarem-se às novas exigências tecnológicas e à transição para a mobilidade limpa.

Além disto, será estabelecido um “Observatório Europeu para a Transição Justa”, que vai seguir as tendências de emprego no setor automóvel, identificando áreas específicas onde possam ocorrer perdas de empregos devido às mudanças tecnológicas (como a transição para veículos elétricos).

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