As «dores de crescimento» da Polestar. Qual vai ser o próximo passo?

Desde meados de 2023 que surgiram os primeiros sinais de alerta: a procura pelos 100% elétricos está a desacelerar. Os norte-americanos foram os primeiros a dizê-lo, mas essa tendência já se «alastrou» à Europa.

Em combinação com a guerra de preços que atualmente se faz sentir nos principais mercados para os elétricos — Europa e China —, está a criar ainda mais pressão e dificuldades a uma indústria que está a investir pesadamente na transição para a mobilidade elétrica.

Foram já vários os construtores automóveis a «empurrarem» os seus investimentos relacionados com a eletrificação — sejam novos modelos ou fábricas de baterias. A Polestar, o jovem construtor de automóveis elétricos, também está a sentir os efeitos deste período de desaceleração.

Tempos difíceis

Nos últimos tempos as notícias sobre o estado da Polestar não têm sido as melhores. Ficaram aquém dos seus objetivos de vendas para 2023 — venderam globalmente 54 600 unidades, abaixo das 60 mil previstas —; já anunciou que iria reduzir a sua força de trabalho em 15%, o que se traduz em 450 trabalhadores; e desde que começou a ser listada nos EUA, em junho de 2022, o valor das suas ações caiu 87%.

Para além disto, o construtor de automóveis elétricos premium anunciou ainda que necessitaria de uma injecção de 1,3 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) para atingir o ponto de equilíbrio em 2025.

Além disso, a Volvo Cars, que detém 48% da Polestar, anunciou recentemente que iria deixar de investir na empresa, transferindo a sua participação para a «casa-mãe» Geely. O efeito desta decisão é palpável: as ações da Volvo Cars já cresceram 30% desde o anúncio.

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Esta decisão da Volvo, no entanto, não terá nenhum efeito na participação da Geely no construtor, do qual detém 79%. A Geely já veio a público dizer que continuará a apoiar totalmente a Polestar como uma marca independente.

“Colocar a Polestar na órbita direta de Geely pode ajudar a distribuir este peso sobre um grupo maior, dando-lhes mais tempo para escalar”.

Bill Russo, diretor-geral da consultora Shanghai Automobility

Consolidação

As dificuldades da Polestar em escalar o seu negócio tem sido comum a outras startups de veículos elétricos, como a Rivian, Fisker, Arrival, Xpeng e Lucid.

A saída da Polestar da esfera da Volvo diretamente para a esfera da Geely é visto como o passo certo para consolidar o jovem construtor.

Preços

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Aliás, são vários os analistas que esperam ver mais «ondas de consolidação» entre empresas, como a que acabou de acontecer entre a Polestar e a Geely, neste contexto de desaceleração da eletrificação.

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

Polestar

Elétricos, Geely, Polestar, Volvo