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Porsche 911 elétrico no futuro? Nem pensar

O Porsche 911 poderá ser um dos últimos «sobreviventes» com motor de combustão. A marca não tem intenções de o «converter» aos eletrões.

Porsche 911 GT3 RS em pista
© Porsche

O plano de eletrificação da Porsche inclui a conversão de (quase) todos os seus modelos para 100% elétricos. No entanto, o Porsche 911 e o seu flat-six são «solo sagrado» e… não foi incluido nesse plano.

Quem o afirma é o responsável da equipa de combustíveis sintéticos da Porsche, Karl Dums, em declarações à Automotive News Europe. “A nossa estratégia, em primeiro lugar, é a transição para a mobilidade elétrica. Mas o Porsche 911 será produzido durante o maior tempo possível com um motor de combustão”.

Gasolina sintética. A Razão Automóvel já teve oportunidade de conduzir um Porsche 911 abastecido com combustível sintético, no Circuito do Estoril. Não há diferença no rendimento do motor e o ambiente agradece.

Além do Taycan, que foi o primeiro modelo da marca 100% elétrico, também o Macan será eletrificado brevemente. Logo de seguida, acontecerá o mesmo aos Porsche 718, Boxster e Cayman, ficando a faltar o Cayenne, que também está incluído no plano, mas para mais tarde.

Nos planos da marca, a meta é a de que os veículos totalmente elétricos representem 80% das suas vendas globais até ao ano 2030. Depois disso, tudo indica que apenas o Porsche 911 manterá o motor a combustão.

Combustíveis sintéticos como alternativa

Para manter o motor de combustão «vivo» no 911, a Porsche tem investido fortemente em combustíveis sintéticos, tal como aconteceu no Chile ou nos Estados Unidos da América. Ainda que, segundo Dums, “este tipo de e-fuel está mais destinado à aviação e a veículos pesados”.

O investimento nos combustíveis sintéticos, não só pela Porsche, contribuiu para exercer pressão suficiente na União Europeia, que abriu uma exceção ao banir da venda de automóveis novos com motor de combustão a partir de 2035.

A grande maioria de construtores já investiu milhões na eletrificação e «atirou a toalha ao chão» no que diz respeito aos motores de combustão.

Especialistas do setor dizem que há pequenos construtores, com volumes de produção bem mais pequenos, que também defendem esta solução. Esta exceção por parte da UE irá permitir que continuem a criar modelos de nicho e luxo com motores de combustão.

Não só a Ferrari vê com bons olhos o uso de combustíveis sintéticos, como numa dimensão muito mais pequena, temos o exemplo da Morgan ou da BAC. A primeira produz à volta de 600 unidades por ano, enquanto a segunda faz um ou dois monolugares por mês por mais de 400 mil euros cada.

Os clientes destas marcas e outras similares não tem qualquer interesse em elétricos e não se importam de pagar (hoje) mais de 10 euros por cada litro de combustível sintético.

Um preço que terá tendência a baixar significativamente no futuro, com previsões de que fique por entre dois a três euros por litro pós-2030.

Fonte: Automotive News Europe