Porsche vai reduzir a força de trabalho. Entenda o que está em causa

A Porsche anunciou que planeia cortar 1900 postos de trabalho na Alemanha, como parte da sua estratégia de contenção de custos.

A medida justifica-se pela redução substancial de lucros e pelos investimentos adicionais relacionados com os motores de combustão.

Começando pela redução do número de trabalhadores, “o objetivo é reduzir o número de postos de trabalho na Porsche nos principais locais — Zuffenhausen e Weissach —, em 15% até 2029”, avançou um porta-voz da marca. Contudo, o construtor deixou bem claro que não pretende despedir ninguém.

A redução será feita através de medidas voluntárias como reformas antecipadas e pacotes de indemnização. Quanto a novas contratações, a empresa admitiu que vai ter uma “abordagem restritiva”.

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Esta medida pode ser apenas o início. Já em outubro do ano passado, lia-se na imprensa alemã que a marca da Estugarda pretendia cortar pelo menos oito mil postos de trabalho para enfrentar os cenários de uma economia em queda, de um mercado chinês menos receptivo e de uma transição para a mobilidade elétrica mais lenta que o esperado.

No geral, a empresa conta com mais de 42 mil trabalhadores a nível global, sendo que 23 650 trabalhadores estão localizados em Estugarda e nas regiões próximas.

“A Porsche ainda está numa boa posição. Mas há muitos desafios a superar — como o atraso na adesão à mobilidade elétrica ou as condições geopolíticas e económicas desafiantes.”

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De volta à combustão

A procura abaixo do esperado por elétricos na Europa e a concorrência cada vez mais forte dos elétricos das marcas chinesas — vendas baixaram 28% na China —, levou a Porsche a mudar de estratégia.

Como já noticiámos antes, a Porsche vai investir em novos modelos a combustão e híbridos plug-in que não estavam nos planos.

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O investimento adicional vai afetar a rentabilidade em 2025, alertou o construtor alemão. A Porsche espera um impacto financeiro de 800 milhões de euros com este investimento em modelos com motores a combustão.

O construtor prevê que a sua margem de lucro caia para entre os 10% e os 12% ao longo deste ano, o que fica muito abaixo do inicialmente previsto. A Porsche previa uma margem entre os 15% e os 17%.

Fonte: Automotive News Europe

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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