Notícias Motor de combustão não morreu. Renault e Geely juntas para o «salvar»

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Motor de combustão não morreu. Renault e Geely juntas para o «salvar»

A nova empresa formada pelo Grupo Renault e Geely vai desenvolver e fornecer motores de combustão e tecnologias híbridas.

Renault Mégane RS Trophy motor e símbolo
© Renault

O Grupo Renault e a Geely formaram uma joint venture, dividida equitativamente, que se vai materializar numa nova empresa com ambições de ser o líder global no desenvolvimento, produção e fornecimento de motores de combustão e cadeias cinemáticas híbridas.

Mas os automóveis não iam ser todos elétricos? Provavelmente, um dia. Mas enquanto esse dia não chega, o motor de combustão, eletrificado ou não, continuará a ser necessário.

Plataforma com motorização híbrida do Lynk & Co.

Contudo, os investimentos avultados necessários para desenvolver tecnologias de combustão e híbridas, torna imperativo partilhar os custos de desenvolvimento, de modo a aumentar as sinergias e economias de escala.

A nova empresa, ainda sem nome e que será formada ainda este ano, resulta, por isso, da união das divisões Horse do Grupo Renault e Aurobay da Geely, especializadas no desenvolvimento e produção de cadeias cinemáticas a combustão e híbridas em ambos os grupos.

“Em 2040, os veículos a combustão e híbridos ainda irão corresponder a mais de 50% das vendas globais.

Patrice Haettel, diretor executivo da Horse

Os números

O investimento conjunto na nova empresa será de até sete mil milhões de euros e promete ser um colosso global.

Terá dois centros operacionais, um em Madrid (Espanha) para o Grupo Renault e outro em Hangzhou Bay (China) para a Geely. A sede executiva da nova empresa, contudo, ficará no Reino Unido.

Após estar formada, a nova empresa terá 17 fábricas de motores e cinco centros de pesquisa e desenvolvimento em três continentes, integrando 19 mil empregados.

Isto vai-se traduzir numa capacidade de produção de até cinco milhões de motorizações a combustão, híbridas e híbridas plug-in, e transmissões por ano.

Previsivelmente, são as marcas automóveis de ambos os grupos as primeiras beneficiadas desta joint venture. A nova empresa irá fornecer motorizações à Renault, Dacia, Nissan, Mitsubishi, Volvo Cars, Proton e à PUNCH Torino.

Motor 1.5 Turbo três cilindros
© Geely Motor 1.5 turbo de 3 cilindros, desenvolvido pela Geely e Volvo.

O objetivo, contudo, é de no futuro ser capaz de entregar soluções «chave na mão» a outras marcas automóveis e até adicionar mais parceiros à nova empresa para reforçar as cadeias de valor.

Não é só sobre motores, mas também sobre combustíveis

Além do Grupo Renault e Geely, a nova empresa poderá ter na Aramco, a petrolífera árabe, um dos seus principais investidores estratégicos.

A Aramco já assinou uma carta de intenção com ambas as partes no último mês de março, podendo trazer para a nova empresa a sua pesquisa e desenvolvimento sobre combustíveis sintéticos e hidrogénio.

Já vimos a Porsche e a Toyota defender estas tecnologias como parte da solução para descarbonizar a indústria automóvel, e tanto o Grupo Renault como a Geely também o defendem. E com o bónus de podermos incluir nesse esforço os automóveis a combustão que hoje circulam na estrada.