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Construtores automóveis já começaram a reagir às tarifas de Trump

As tarifas de 25% sobre os automóveis importados já estão em vigor e a resposta a estas está a ser diferente de construtor para construtor.

Audi Q5, frente
© Audi

No passado dia 3 de abril, entraram oficialmente em vigor nos EUA tarifas de 25% sobre todos os automóveis importados. Ainda é cedo para medir as consequências totais desta medida, mas o que parece já ser certo, é que irá alterar a dinâmica da indústria automóvel global.

Para já, foram vários os construtores que anunciaram ações para mitigar o impacto inicial das tarifas. Estas vão passar, sobretudo, pela suspensão temporária da produção a ajustes nas exportações.

Suspensão da produção

A Stellantis, o grupo automóvel que detém marcas como a Jeep e a Ram, foi uma das primeiras reagir às novas tarifas. Afinal, prevê-se que os seus lucros sejam reduzidos em 75% devido a estas.

O grupo anunciou que iria suspender temporariamente a produção nas suas fábricas no México (Saltillo e Toluca) e no Canadá (Ontário e Windsor), onde são feitos alguns dos modelos-chave para o mercado norte-americano, como a Ram Pick-up.

Na semana passada, o construtor anunciou que a fábrica de Windsor, que emprega cerca de quatro mil pessoas e onde produz o único Chrysler ainda à venda — o MPV Pacifica —, terá a sua produção suspensa por duas semanas a partir de ontem.

“As ações imediatas que devemos tomar incluem a interrupção temporária da produção em algumas das nossas fábricas canadianas e mexicanas, o que afetará várias das nossas instalações de produção e estampagem de motores nos EUA que apoiam estas operações”, avançou em comunicado.

Pausas na exportações

A JLR (ex-Jaguar Land Rover), por sua vez, decidiu suspender temporariamente as exportações para os EUA. Em 2024, o grupo vendeu globalmente 431 mil automóveis, dos quais cerca de 25% foram vendidos na América do Norte — a larga maioria Range Rover e Defender.

Embora este mercado represente uma parte significativa das suas vendas, o jornal Times of London avançou que o grupo, por enquanto, detém um stock significativo no país, que não será afetado pelas novas tarifas.

Esta medida permite ganhar tempo enquanto a JLR avalia como minimizar o impacto das novas tarifas. A médio e longo prazo, o grupo já estuda como poderá lidar com o aumento de custos e que respostas poderá dar a esta política tarifária.

Também a Audi decidiu suspender as suas exportações para os EUA — o Q5 (imagem de topo) é o seu modelo mais vendido por lá, que é produzido no México. O construtor relembrou que os veículos que chegaram aos portos norte-americanos até 2 de abril não são impactados pelas tarifas. Estes serão processados e entregues sem agravamento de preço aos concessionários.

Transferências de produção

A Mercedes-Benz é, por agora, dos poucos construtores que parece estar a ir ao encontro das expectativas do presidente dos EUA.

De acordo com o reportado pela Bloomberg, o construtor alemão está a considerar transferir a produção de mais um modelo para os EUA. O construtor tem uma fábrica de Tuscaloosa, no Alabama. De momento produz lá apenas SUV: GLE, GLS, EQE e EQS.

Mercedes-Benz GLC 300e 4Matic - 3/4 de frente
© André Mendes / Razão Automóvel Mercedes-Benz GLC é o seu modelo mais popular importado para os EUA. Será que a sua produção será transferida para os EUA? No ano passado, a Mercedes exportou para os EUA 64 163 veículos, um aumento de 58% em relação a 2023.

Além disto, a Mercedes-Benz está a avaliar a possibilidade de diminuir as importações de modelos com menor margem de lucro, como o GLA. “Estamos ainda a avaliar o impacto das tarifas. Fizemos alguns planos, mas a flexibilidade é a chave”, disse Jörg Burzer, chefe de produção da marca. Apesar da situação, a Mercedes divulgou, que, por enquanto, planeia absorver os custos adicionais das tarifas.

A Volvo Cars, por sua vez, também se está a ajustar às novas tarifas e anunciou planos para aumentar a sua produção na fábrica que tem em Ridgeville, na Carolina do Sul, EUA. Atualmente produz lá apenas o Volvo EX90 e o Polestar 3.

Os restantes construtores ainda não anunciaram medidas concretas, estando ainda no processo de avaliação do impacto das tarifas.

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