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Nissan é um fardo nas contas da Renault. Novo parceiro no horizonte?

Ao mesmo tempo que a aliança com a Nissan parece estar a perder força, o Grupo Renault já parece ter um novo parceiro em vista.

Renault Twingo concept, frente
© Renault

Os últimos resultados financeiros do Grupo Renault não podiam ser mais claros: a Nissan está a pesar negativamente nos números do grupo francês.

Em 2024, o lucro líquido do grupo caiu para 891 milhões de euros, um valor muito inferior aos 2,3 mil milhões de euros registados em 2023. Caso o impacto negativo da Nissan fosse excluído das contas, o lucro seria de 2,8 mil milhões de euros, 500 milhões de euros mais do que em 2023.

Luca de Meo, o diretor-executivo do Grupo Renault, à luz destes desenvolvimentos, já tinha afirmado que pretendia continuar a reduzir a participação do grupo na Nissan, como o fez o ano passado — passou de 43% para 36%.

Em entrevista à Razão Automóvel disse: “Reduzimos a nossa participação e vamos continuar gradualmente a fazê-lo. No entanto, queremos recuperar os recursos que investimos no projeto”. Leia a entrevista na totalidade que abrange muitos mais tópicos, das metas de emissões à ameaça dos construtores chineses:

À procura de novos parceiros?

Desde que a Aliança foi formada em 1999 que a relação entre Renault e Nissan sempre se caracterizou por ser mais turbulenta que pacífica. Agora que parecem estar a afastar-se um do outro, há uma realidade que permanece incontornável: tanto a Nissan como a Renault continuam a precisar de parceiros para o futuro.

O mundo automóvel (e não só) está a mudar rapidamente, os investimentos requeridos para acompanhar esta transformação são maciços e as sinergias entre construtores são, cada vez mais, um imperativo.

Foi por isso que vimos a tentativa de fusão entre a Honda e a Nissan, mas o Grupo Renault tem estado, aparentemente, só. Mas é mesmo uma questão de aparências.

Ao mesmo tempo que a aliança com a Nissan está a perder força, a Renault vê na chinesa Geely (detém Volvo, Lotus, etc) um caminho mais promissor.

Aliás, os dois grupos já firmaram uma joint venture: a HORSE, para o desenvolvimento de motores a combustão e híbridos. A relação já se estendeu a uma parceria para o lançamento de novos modelos a combustão e híbridos na Coreia do Sul.

eMotor Horse
© Horse Recentemente, a HORSE deu início à produção de um novo motor elétrico em Portugal, na fábrica em Cacia, Aveiro.

Esta semana, a relação aprofundou-se mais um pouco: foi anunciada uma nova parceria entre o Grupo Renault e a Geely para a produção de veículos elétricos no Brasil.

Luca de Meo, durante a conferência de resultados do grupo, elogiou a rapidez de trabalho da Geely e disse que havia muitas coisas que podiam fazer juntos. As palavras do diretor-executivo não podiam ser mais claras:

“A parceria com a Geely é mais natural do que a aliança que estabelecemos com a Nissan”.

Luca de Meo, CEO Grupo Renault

A parceria com a empresa chinesa, no entanto, funciona de maneira distinta do que a que tem com a Nissan. Entre a Renault e a Geely não houve necessidade de troca de participações.

Porém, a Nissan não se deixa ficar para trás. Depois das suas negociações com a Honda para formar uma holding terem caído por terra, o construtor japonês já estará à procura, também, de novas parcerias.

Quanto ao envolvimento entre o Grupo Renault e a Geely, parece que ainda não vimos tudo:

“Eu vejo imensas semelhanças na maneira como as duas empresas vêem o futuro automóvel. Em breve teremos mais novidades.”

Luca de Meo, CEO Grupo Renault

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