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Quem poderá suceder a Carlos Tavares? Stellantis já procura um sucessor

O contrato de Carlos Tavares termina em janeiro de 2026, mas a Stellantis não descarta a possibilidade de manter o executivo português mais algum tempo.

Carlos Tavares durante a sua apresentação no Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros
© Stellantis

Carlos Tavares, o executivo português que lidera os destinos da Stellantis, praticamente dispensa apresentações.

Não só foi o responsável pela criação da própria Stellantis, resultado da fusão dos grupos PSA e FCA, como transformou rapidamente este novo gigante automóvel num dos mais lucrativos da indústria automóvel.

É à conta desse sucesso que Carlos Tavares é o executivo da indústria automóvel mais bem pago do mundo. A sua remuneração em 2023 ascendeu a 36,5 milhões de euros.

Alfa Romeo Junior Veloce Caramulo Carlos Tavares
© Alfa Romeo Portugal Carlos Tavares, CEO da Stellantis, durante o Caramulo Motorfestival.

Aumento de pressão

No entanto, nem tudo são rosas. O primeiro semestre de 2024 da Stellantis não foi brilhante — lucros caíram para metade —, muito por culpa da performance do grupo no mercado norte-americano. Este é o mercado que mais contribui para os lucros da Stellantis.

A Bloomberg avança agora que o presidente da Stellantis, John Elkann, deu início ao processo de procura de um sucessor para Carlos Tavares. Porém, os dois eventos não parecem estar relacionados.

Foi o que uma fonte próxima de Elkann disse à Bloomberg. O contrato de Carlos Tavares termina em janeiro de 2026 e, por isso, a decisão de dar início à procura de um sucessor resulta da natureza complexa em encontrar um diretor executivo para liderar um gigante automóvel que tem, atualmente, 14 marcas automóveis.

Curiosamente, um dos candidatos a suceder a Tavares, de 66 anos de idade, é o próprio Carlos Tavares, que poderá manter a sua posição após o término do contrato. De momento não se conhecem outros candidatos que estejam a ser considerados para ocupar o cargo de diretor executivo da Stellantis.

Reparar o mercado norte-americano

Enquanto não chega uma decisão final, Carlos Tavares não terá mãos a medir. A prioridade até ao final deste ano é «endireitar» o rumo da Stellantis no mercado norte-americano.

Na América do Norte, Tavares está a lidar com quebras de vendas, questões à volta da qualidade dos produtos e ameaças de greve — uma ameaça que também está a ter em Itália. Além disso, tem sido confrontado com a saída de alguns executivos em posições chave.

Jeep Wagoneer S - 3/4 de frente
© Stellantis O lançamento do Jeep Wagoneer S foi adiado para garantir que não há questões sobre a sua qualidade.

Entre as medidas que já foram implementadas para dar volta à questão, tem-se assistido a restruturações nas gamas das várias marcas, incluindo revisão de preços. O executivo português, no entanto, para proteger a rentabilidade, tem exigido cortes adicionais nos custos. Estes têm-se traduzido na perda de postos de trabalho e capacidade nas unidades de produção.

Dito isto, também já foram anunciados investimentos. O mais recente é uma verba de 406 milhões de dólares (364,5 milhões de euros) em três fábricas no estado do Michigan, para a produção de modelos eletrificados (Ram Pick-up e Jeep Wagoneer), novos componentes e um novo motor a gasolina — designado GME-T4 EVO — com quatro cilindros, 1,6 l de capacidade e turbocompressor.

Fonte: Bloomberg