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Não dá dinheiro é para fechar. Carlos Tavares responde aos investidores

A quebra nos lucros da Stellantis está a colocar algumas marcas sob pressão. Agora, os olhos estão todos postos no futuro da Maserati.

Maserati Grecale Folgore carregamento
© Maserati

A Stellantis resultou da fusão do Groupe PSA com a FCA, corria o ano de 2021. Uma fusão gigante, como há muito tempo não se via na indústria automóvel, e que colocou sob o mesmo teto um total de 14 marcas automóveis.

Não admira por isso, que uma das perguntas que Carlos Tavares (diretor-executivo) mais teve de responder naquela época fosse: este número de marcas é para manter ou reduzir? A questão ganhou agora novamente atualidade, como veremos mais adiante.

Tavares sempre afirmou que todas as marcas têm um futuro. Mas acrescentou, pouco tempo depois, mais um ponto: têm futuro se forem rentáveis. Por isso deu aos responsáveis de cada uma delas 10 anos para garantir a sua viabilidade.

Desde então, a gestão rigorosa do executivo português, fez com que a Stellantis se tornasse num dos grupos automóveis mais lucrativos e com margens de rentabilidade entre as melhores da indústria.

Gama veículos eletrificados Stellantis
© Stellantis

Os resultados não pararam de subir até 2023, mas no primeiro semestre deste ano o grupo sofreu o primeiro revés: os lucros caíram 48% e as margens também seguiram uma trajetória descendente.

A performance no mercado norte-americano foi a principal causa para esta quebra, mas a Stellantis registou quedas em todas as regiões onde opera.

Pergunta tabu tem resposta

A questão tabu de acabar com algumas das marcas no grupo voltou a ser dirigida a Carlos Tavares na última reunião com investidores. E Tavares não hesitou em responder que não há “absolutamente nenhum tabu”.

“Se não gerarem lucro, vamos fechá-las. Não podemos dar-nos ao luxo de ter marcas que não geram dinheiro”.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

Apesar de considerar todas as marcas do grupo importantes, caso “não sejam capazes de monetizar o valor que representam, então vão ser tomadas decisões”.

Após esta resposta, foram vários os analistas que não perderam tempo a equacionar o futuro de algumas das marcas da Stellantis.

O grupo não divulga os resultados individuais de cada marca, à exceção da Maserati. E as notícias não são boas. A marca do tridente registou prejuízos de 82 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, consequência de uma quebra nas vendas em mais de 50%.

Maserati GranCabrio - 3/4 de frente
© Maserati Maserati Gran Cabrio.

Quando questionada sobre se a Stellantis poderia vender a Maserati, a diretora financeira da Stellantis, Natalie Knight começou por dizer que o futuro da marca, por agora, é o de “manter o melhor valor”. O foco, de momento, é o de efetuar melhoramentos na marca.

Mas Knight não deixou a hipótese de venda da histórica marca italiana de fora: “Poderá haver algures no futuro um olhar sobre qual será a melhor casa para a Maserati”, rematou. No entanto, a Stellantis já veio esclarecer que a marca italiana não irá ser posta à venda.

Fonte: Automotive News

Atualizado dia 5 de agosto às 17h: Stellantis confirmou que não vai vender a Maserati.