Notícias Lucros da Stellantis caem para metade. Saiba as razões

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Lucros da Stellantis caem para metade. Saiba as razões

O primeiro semestre de 2024 foi desafiante para a Stellantis que, pela primeira vez desde a sua criação, registou uma quebra (acentuada) nos lucros.

FIAT Grande Panda
© FIAT

Desde que «nasceu», em 2021, que a Stellantis tem registado um crescimento contínuo. Nos primeiros seis meses deste ano, no entanto, o caso mudou de figura.

A Stellantis registou uma quebra de lucros de 48%, para 5,6 mil milhões de euros, em relação ao período homólogo do ano passado.

Além dos lucros, também as receitas caíram 14%, de 98,368 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2023, para 85,017 mil milhões de euros em 2024.

Carlos Tavares, diretor executivo da Stellantis
© Stellantis Carlos Tavares, CEO da Stellantis

Os resultados foram apresentados hoje, em Amesterdão (Países Baixos), onde Carlos Tavares, diretor-executivo da Stellantis manifestou o seu desapontamento com os resultados: “dizer que estes resultados são desapontantes é pouco. Isto representa uma convergência perfeita de vários «ventos contrários»”.

Entre as causas para este resultado menos positivo estão uma dinâmica de gastos que se provou muito dispendiosa em Investigação e Desenvolvimento, e Fusões e Aquisições. Também houve, segundo a Stellantis, falhas operacionais internas e estratégias de marketing — principalmente no mercado norte-americano —, que não funcionaram como previsto.

Além disso, em conjunto com a ofensiva de 20 produtos que o grupo está a lançar este ano, “deram origem aos resultados hoje apresentados”, declarou o executivo português.

“Esta é uma pedra no nosso caminho, que estamos agora a resolver e que vamos lutar contra, para ter a certeza de que vamos recuperar.”

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

América do Norte com problemas

O gigante automóvel registou quebras nos resultados nos seus cinco maiores mercados, com principal ênfase no mercado norte-americano. As receitas caíram 16%, para 38,353 mil milhões de euros, face a 45,916 mil milhões de euros no mesmo período homólogo.

Este resultado foi motivado por uma quebra de vendas em 18%, que foi impulsionada pelo saída do mercado de alguns modelos. Entre eles temos os Dodge Charger e Challenger e os Jeep Renegade e Cherokee.

“A América do Norte é a região que mais nos preocupa. Nós temos a certeza de que conseguimos fazer melhor”.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

O objetivo da Stellantis para o segundo semestre no mercado norte-americano — por norma, o mais lucrativo do grupo —, é o de reduzir a produção, que tem sido excessiva face às vendas. Mas também corrigir os preços de alguns modelos, que têm sido criticados por estarem elevados.

“Nós queremos provar-vos que esta é apenas uma pedra no caminho, e que estamos a trabalhar para ultrapassá-la. E é por isso que eu vou passar as minhas férias nos EUA para procurar uma solução para este problema”.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

Ofensiva de 20 modelos

Como já referimos, a Stellantis planeou lançar este ano 20 novos modelos. Desses, 10 modelos já começaram a ser produzidos no primeiro semestre de 2024: Peugeot 3008 e 5008, novo Lancia Ypsilon, Maserati Grecale Folgore, Ram 1500 e Citroën Basalt — estes dois últimos não são vendidos na Europa. Além destes, também já iniciaram a produção os furgões da divisão Stellantis Pro One.

Para a segunda metade do ano, uma das novidades já reveladas é o FIAT Grande Panda, tecnicamente relacionado com o Citroën ë-C3. Tal como o «primo» gaulês, irá ter uma versão elétrica por menos de 25 mil euros, mas também terá uma versão híbrida: