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Carlos Tavares quer evitar entrar na «guerra de preços» dos elétricos

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, diz que a «guerra de preços» reduz a rentabilidade e pode colocar alguns concorrentes em dificuldades.

Carlos Tavares

A Stellantis vai evitar entrar na «guerra de preços» dos elétricos que se começa a fazer sentir na Europa, afirmou Carlos Tavares, o diretor executivo do grupo, à margem da apresentação da nova plataforma STLA Large.

Recorde que em 2023, na China, após a Tesla ter reduzido o preço dos seus modelos, os principais construtores chineses e alguns europeus, como a Volkswagen, decidiram fazer o mesmo.

Se do lado do consumidor houve um benefício, do lado dos construtores assistiu-se a um esmagamento das margens de lucro por veículo, colocando enorme pressão sobre estes.

PEUGEOT E-208 frente 3/4 na estrada
© Tibo//The Good Click Peugeot e-208.

A «guerra de preços» dos elétricos começa agora a chegar à Europa. Não só a Tesla voltou a reduzir, recentemente, o preço do Model Yo carro mais vendido da Europa em 2023 —, como já vimos movimentações nesse sentido por parte da Volkswagen (cortou o preço de alguns dos seus modelos da família ID) e da Renault (Mégane E-Tech Electric está mais barato).

Além disso, com o fim dos incentivos à aquisição de elétricos no maior mercado europeu, a Alemanha, foram várias as marcas que decidiram efetuar campanhas com descontos equivalentes ao valor desses incentivos. Tudo para manter o nível de vendas.

Neste contexto, Carlos Tavares já veio declarar que se quer manter fora desta «guerra de preços». “Conheço uma empresa que cortou brutalmente os seus preços e o seu lucro colapsou de igual forma”, afirmou, sem indicar qual.

“Se começarmos a cortar os preços, desconsiderando os custos reais, iremos ter um «banho de sangue». Estou a tentar evitar uma corrida até ao fundo do poço.”

Carlos Tavares, diretor executivo da Stellantis

A Stellantis é, atualmente, um dos grupos automóveis mais lucrativos e Carlos Tavares quer mantê-lo assim. Ao invés de entrar na «guerra de preços», cortando “brutalmente” o preço dos muitos modelos elétricos que o grupo comercializa atualmente, a Stellantis prepara-se para lançar uma nova geração de elétricos baratos.

O primeiro a chegar será o Citroën ë-C3, que será acompanhado, no segundo semestre de 2024, por um novo Fiat Panda.

O efeito das eleições europeias e americanas

Além de não quer entrar nesta «guerra de preços» dos elétricos, Carlos Tavares falou ainda da execução do plano de investimento de 30 mil milhões de euros nos veículos elétricos até 2025. Esta poderá ser afetada pelas eleições de 2024, que vão acontecer tanto na Europa como nos Estados Unidos da América (EUA).

Dependendo do resultado das eleições, o investimento pode acelerar ou desacelerar, afirmou. Não vai é parar, concluiu, apesar dos recentes alertas relativos à flutuação da procura por elétricos em alguns países, como os EUA.

Na Europa, as eleições que se vão realizar em junho de 2024 representam um risco para adoção de veículos elétricos se os regulamentos que os afetam continuarem a ser «suavizados».

Recorde que, recentemente, foi aprovada uma proposta mais «suave» da norma de emissões Euro 7. Isto significa, na prática, que vários modelos a combustão, sobretudo os mais acessíveis, poderão ter uma vida útil estendida.

Além disso, devido aos atrasos na definição e aprovação da Euro 7, esta não deverá entrar em vigor antes de 2026, um ano depois do originalmente planeado.

Já nos EUA, a Stellantis quando é comparada com os grupos norte-americanos Ford e GM, tem sido uma das mais lentas a introduzir veículos elétricos — só este ano estão previstos chegar os primeiros modelos 100% elétricos do grupo, através da Dodge e Jeep.

Dito isto, é de notar que a Ford e a GM estão a «atrasar» os seus investimentos em veículos elétricos devido à diminuição da procura que estão a sofrer no país.

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Fonte: Automotive News

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