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Carlos Tavares: “Abrandar eletrificação? Vamos manter o pé a fundo no acelerador”

Independentemente da tendência que se tem registado na procura dos 100% elétricos, a Stellantis não vai adiar os seus investimentos.

Carlos Tavares
© Stellantis

Durante a apresentação dos resultados financeiros de 2023 do grupo Stellantis, Carlos Tavares, o português que o lidera, reconheceu o «arrefecimento» que se tem verificado na procura de carros elétricos, mas não vai mudar os planos estabelecidos pelo programa Dare Forward 2030.

“Podemos encontrar alguns obstáculos no caminho, mas vamos manter o «pé a fundo no acelerador» na execução do plano Dare Forward.”

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

Recorde que, recentemente, a Stellantis marcou o início de uma nova ofensiva, lançando o primeiro — o Citroën ë-C3 — de um total de sete modelos 100% elétricos que terão no preço acessível um dos seus maiores argumentos.

Citroen e-c3 frente
© Citröen Citroën ë-C3.

“Ao contrário dos seus colegas norte-americanos”, em referência à Ford e à General Motors, a Stellantis não prevê abrandar os seus investimentos no desenvolvimento de veículos 100% elétricos, sendo que até ao final deste ano planeia expandir o seu portefólio para 48 modelos. No final de 2023 contavam-se 30.

A «receita» de Carlos Tavares

Porém, Carlos Tavares assumiu, ainda durante a conferência, de que a «equação» para a venda de elétricos não se resume apenas aos preços acessíveis, sendo este apenas um dos fatores que pode determinar a rápida adoção dos veículos elétricos pelo mercado.

O executivo português não se coibiu de referir os quatro ingredientes que considera essenciais para que haja um forte impulso na adoção de carros 100% elétricos:

  1. Energia Limpa;
  2. Uma rede de carregamento altamente densa e visível: “ou seja, uma rede de carregamento que venha de encontro às necessidades do cliente, onde não seja necessário procurar por ela”;
  3. Produto: “o produto precisa de ser bom, e precisa de ser atrativo”;
  4. Preços Acessíveis.

    De acordo com o diretor executivo da Stellantis, estas quatro «estrelas» têm de se alinhar para que a adoção dos elétricos seja tão rápida como anunciado e desejado pelos responsáveis da indústria e políticos.

    Apesar de Carlos Tavares admitir que a procura de elétricos “não é tão forte como alguns previam”, este assume uma abordagem mais positiva: “o preço das matérias-primas está a descer, o que significa que o custo total de produção está a descer, «abrindo uma porta» para preços mais baixos, o que trará mais clientes, culminando numa situação inversa à que se regista”.

    “Depois de 42 anos no setor automóvel, posso dizer-vos que os 100% elétricos são produtos melhores, se resolvermos as inconveniências da autonomia e de não se encontrar um sítio para carregar o nosso veículo.”

    Carlos Tavares, CEO da Stellantis

    Carlos Tavares fez ainda menção à “ofensiva chinesa”, onde ao invés de ver nesta um problema, afirmou que esta é um estímulo para procurar o «alinhamento» destes quatro fatores.

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