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Stellantis acaba com rumores sobre a Maserati

A Maserati não está a ter a performance desejada, dando origem a muitos rumores sobre a venda da marca pela Stellantis.

Maserati GranCabrio Folgore - grelha frontal
© Maserati

Nos últimos dias tem havido um corrupio de rumores sobre o futuro da Maserati, especificamente relacionados com a sua venda.

Os rumores começaram após a apresentação dos resultados do primeiro semestre do ano da Stellantis — pela primeira vez o grupo anunciou uma quebra acentuada nos lucros. No caso da Maserati, a única marca do grupo cujos resultados são discriminados, teve um prejuízo de 82 milhões de euros, consequência de uma quebra superior a 50% nas vendas.

No entanto, não foram os resultados da Stellantis ou da Maserati que espoletaram os rumores da possível venda da marca italiana.

Foram, sobretudo, as declarações de Carlos Tavares, diretor-executivo da Stellantis, e de Natalie Knight, a diretora financeira do grupo, durante a conferência com os investidores, que levaram a essa interpretação.

Maserati à venda?

Quando questionado sobre a continuidade de todas as 14 marcas do grupo, Tavares, apesar de ter começado por dizer que todas têm um futuro, foi peremptório:

“Se não gerarem lucro, vamos fechá-las. Não podemos dar-nos ao luxo de ter marcas que não geram dinheiro.”

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

O número elevado de marcas na Stellantis tem sido, desde a sua formação em 2021, combustível para especular sobre o destino de algumas delas. Para mais, tendo várias marcas que são concorrentes entre si, sobretudo na Europa.

E depois das declarações do executivo português, os analistas não perderam tempo a especular sobre o futuro das várias marcas, incluindo a Maserati. Não foi preciso mais para Natalie Knight ser questionada sobre a possibilidade da venda da marca italiana, à luz dos resultados negativos.

Tal como Tavares, Knight começou por dizer que o futuro da marca, por agora, é o de “manter o melhor valor” e melhorar a sua performance. Mas a possibilidade de venda da Maserati não ficou de fora:

“Poderá haver algures no futuro um olhar sobre qual será a melhor casa para a Maserati.”

Natalie Knight, CFO da Stellantis

A resposta oficial da Stellantis

Depois destas declarações, os rumores dispararam sobre a possibilidade da venda da Maserati. De tal forma que a Stellantis sentiu-se na obrigação de responder aos rumores, numa nota enviada à Motor1.com Itália, que não podia ser mais clara:

“A Stellantis reitera o seu compromisso incondicional para o futuro brilhante da Maserati como a única marca de luxo entre as 14 marcas do grupo”.

O gigante automóvel reforçou a mensagem afirmando que “as declarações sobre este assunto (venda da Maserati) não encontram correspondência no contexto da estratégia da Maserati no plano a longo prazo “Dare Forward 2030″ da Stellantis”.

Além disso, a Stellantis recorda o compromisso feito com todas as suas 14 marcas: “cada uma tem um horizonte de 10 anos (a contar desde 2021) para construir um negócio lucrativo e sustentável”. Mas reconhece “a volatilidade do mercado e situações temporárias (que) podem causar flutuações”.

Maserati GranTurismo na estrada, frente 3/4
Maserati GranTurismo.

Na nota enviada, a Stellantis diz ainda que a Maserati está numa fase de transição em direção à eletrificação e que já estão em marcha várias iniciativas para “expandir a presença no mercado global, fortalecer a imagem de marca e enaltecer a características únicas dos seus produtos”.

Recordamos que, atualmente, a gama da Maserati é composta pelo SUV Grecale (vendas caíram 42% na Europa no primeiro semestre), o coupé GranTurismo, o descapotável GranCabrio e o supercarro MC20 (coupé e roadster). Todos eles têm versões 100% elétricas, à excepção do MC20 (chega em 2025).

No entanto, apesar deste compromisso «renovado» da Stellantis, mantém-se alguns sinais de alerta, para lá dos resultados comerciais e financeiros. Os sucessores do Levante e Quattroporte (já não são comercializados) foram adiados para 2027 e 2028, respetivamente, mais dois anos do que o originalmente planeado.

Isto significa que Maserati vai ter uma «travessia no deserto» de vários anos no que toca a novos produtos.