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Elon Musk culpa envolvimento político pelos maus resultados da Tesla

Os resultados da Tesla no primeiro trimestre do ano desapontaram e Musk não tem dúvidas sobre a principal causa para a queda de vendas e lucros.

Tesla model Y traseira
© Tesla

Os resultados financeiros da Tesla no primeiro trimestre de 2025 já são conhecidos e as notícias não são nada positivas.

As receitas do negócio automóvel diminuíram 20% face ao primeiro trimestre de 2024 — vendas caíram 13% —, mas foram contrabalançadas com o aumento de receitas noutros negócios (energia, etc.) para uma redução total de 9% (16,977 mil milhões de euros).

Tesla Model 3 Performance dianteira
© Pedro Alves / Razão Automóvel Tesla Model 3

O dado mais alarmante do trimestre foi a queda de 71% nos lucros, para os 359,1 milhões de euros. E para este resultado positivo contribuíram os 522 milhões de euros em créditos de carbono vendidos (388 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024). Também a margem operacional caiu para apenas 2,1% (5,5% no período homólogo).

Até agora, as razões apontadas para a queda da Tesla foram muitas, mas Elon Musk, diretor executivo da marca, não tem dúvidas de que o seu envolvimento na administração Trump é uma das principais.

O impacto do envolvimento político

Elon Musk e Donald Trump, o presidente dos EUA, têm sido «como unha e carne» desde a campanha eleitoral para a Casa Branca e a consequente vitória em novembro do ano passado. Musk passou a liderar o controverso DOGE (Departamento de Eficiência Governamental) e, desde então, as críticas não cessaram.

“Como algumas pessoas sabem, tem havido algumas reações negativas face ao tempo que estou a dedicar ao Governo”.

Elon Musk, CEO Tesla

O envolvimento político resultou em inúmeros protestos contra Musk e a Tesla, tanto na rua como nas redes sociais, campanhas de boicote e atos de vandalismo em vários países contra os veículos e espaços da marca.

O executivo não tem dúvidas que os protestos são “organizados e pagos”, comentou durante a conferência de apresentação dos resultados, reforçando que os manifestantes inventam razões para justificarem as suas ações.

“Obviamente que ninguém vai assumir que a razão pela qual estão a protestar é dinheiro fraudulento, por isso inventam outras razões”.

Elon Musk, CEO Tesla

Em resposta a esta situação, Musk anunciou que, “provavelmente, a partir de maio” reduzirá “significativamente” o tempo dedicado à política, para se focar novamente na Tesla.

Desafios internos e quedas nas vendas

Além do impacto político, internamente a empresa também está a enfrentar desafios. Em parte, de acordo com o relatório financeiro, motivados pela transição para o Model Y 2025 (Juniper). Uma transição que obrigou a disrupções que duraram várias semanas nas quatro fábricas da Tesla que produzem o modelo.

No primeiro trimestre as entregas caíram 13% para 336 681 unidades com as vendas dos seus dois modelos mais populares — Model Y e Model 3 — a caírem 12%.

A queda na receita é também justificada pela redução no preço médio de venda dos seus modelos, fosse pelo mix de modelos, como pelo uso de descontos em alguns mercados. Musk referiu-se ainda ao impacto ainda imprevisível das tarifas comerciais nos números para o resto do ano.

Apesar dos resultados negativos, Musk mantém-se positivo. “Não estamos à beira da morte, nem sequer perto. Haverá obstáculos imprevistos durante este ano, mas continuo otimista quanto ao futuro da empresa”, disse.

O que esperar em 2025

A Tesla confirmou que os planos para lançar modelos mais acessíveis continuam dentro do previsto, com a produção a arrancar ainda no primeiro semestre de 2025. O que contradiz a notícia avançada recentemente pela Reuters de que tinha havido atrasos.

Estes modelos irão basear-se nos existentes (Model Y e Model 3), de modo a poderem ser produzidos nas mesmas linhas de produção, ainda que possam integrar elementos da futura geração que tinha sido antecipada em 2023.

O objetivo é reverter a trajetória descendente nas vendas e garantir um aproveitamento rentável das suas giga-fábricas. A expetativa é a de aumentar a produção em 60% face a 2024, mas os resultados negativo do primeiro trimestre (produção caiu 16%) colocam-na mais longe desse objetivo.

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