Toyota alerta para subida de preços para combater aumento dos custos

Na revelação dos resultados do segundo trimestre de 2022, a Toyota reportou o quarto trimestre consecutivo de quebra de lucros, anunciando que parte da «receita» para inverter essa tendência será a de aumentar o preço dos seus modelos.

Segundo os executivos da Toyota, esta é a única forma de responder ao aumento dos custos — das matérias-primas aos componentes — que a indústria enfrenta e que se têm refletido nos lucros não só do gigante nipónico, como no de outros construtores.

Em declarações à Automotive News Europe o diretor de comunicação da Toyota, Jun Nagata, afirmou: “tanto quanto possível começámos a refletir o aumento dos custos no preço dos nossos automóveis”.

Nagata reconhece que definir o de quanto será este aumento de preços não é tarefa fácil, e admite que a marca “enfrenta um «quebra-cabeças» para descobrir qual o nível de preço adequado”.

Já Masahiro Yamamoto, diretor da Toyota Motor Corporation, optou por relembrar que “todos os anos a Toyota atualiza o preço dos seus modelos uma ou duas vezes. Ao aumentar a frequência das alterações de preços, gostaríamos de refletir os custos mais altos”.

Apesar da promessa de aumento dos preços, a nível global, a Toyota ainda não revelou quando é que os vai alterar nem quão mais caros vão ficar os seus modelos.

Uma «tempestade perfeita»

Os problemas que têm afetado a Toyota são transversais a toda a indústria automóvel e vão desde a escassez de semicondutores e de outros componentes até ao aumento do custo das matérias primas e a inflação.

Tudo isto já levou os executivos da Toyota a alertarem que os lucros da Toyota podem cair até um quinto (-20%).

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Ao mesmo tempo a marca japonesa reviu em baixa as previsões de produção para o ano fiscal (que no Japão termina em 31 de março de 2023), apontando aos 9,2 milhões de automóveis, menos 500 mil unidades do que a meta original.

Ainda assim, caso esta meta seja atingida, representará um novo recorde para a Toyota — o recorde atual é de 9,08 milhões automóveis produzidos num ano.

Acerca destes desafios, Kazunari Kumakura, responsável pelas compras na Toyota, acredita que a pior fase da escassez de componentes já foi ultrapassada, mas alerta que ainda há problemas: “dos mais de 1000 semicondutores usados num automóvel, há alguns que ainda escasseiam (…) estamos a falar com os fornecedores para identificar os riscos”.

Contudo, Kumakura reconhece: “não sei quando é que a falta de chips será resolvida”.

Fonte: Automotive News Europe

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

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