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Esta geração do Golf poderá durar mais 10 anos por três motivos

A Volkswagen chegou a vaticinar o seu fim. Mas as vendas continuam a aumentar e o Volkswagen Golf (8ª geração) poderá ganhar fôlego até 2035.

Volkswagen Golf 2024
© Volkswagen AG

A morte anunciada do Volkswagen Golf (8ª geração) recordam as notícias da morte de Mark Twain. Foram “manifestamente exageradas”, como respondeu o próprio Mark Twain ao ver o seu obituário nas páginas dos jornais — um episódio caricato, muito bem explicado neste artigo da Visão.

Pois bem, tal como o autor das Aventuras de Tom Sawyer, também o Volkswagen Golf (8ª geração) poderá ter ainda muitas aventuras pela frente. As notícias do seu fim também poderão ter sido exageradas.

Par de Volkswagen ID.3, traseira e frente
© Volkswagen Foi a própria Volkswagen, em 2021, a definir como sucessor do Golf o novo ID.3, um 100% elétrico.

De acordo com Kai Grünitz, membro do conselho de administração da Volkswagen, em declaração à edição neerlandesa da Top Gear, o atual Volkswagen Golf poderá continuar em produção até 2035. Ano em que, se tudo se mantiver como está definido, nos iremos despedir dos automóveis novos a combustão que emitam CO2.

O que é que aconteceu? Aconteceu que as projeções de vendas da administração da Volkswagen falharam e a orientações também. De tal maneira que o anterior CEO do Grupo VW, Herbert Diess, foi afastado.

A má notícia é que o Volkswagen ID.3 está a vender abaixo do esperado, a boa notícia é que o Volkswagen Golf continua a vender como sempre vendeu. É por isso que a atual administração da Volkswagen está a repensar a carreira comercial do Volkswagen Golf por três motivos.

Pelo menos mais 10 anos de Volkswagen Golf

Já mencionámos dois motivos. Por um lado a procura elevada do Golf e, por outro, a transição mais lenta que o esperado para os 100% elétricos. Mas há mais um motivo do qual falaremos adiante: os custos. Ou se preferirem, as margem de lucro…

Volkswagen Golf GTE
© Volkswagen O Volkswagen Golf recebeu este ano uma atualização, internamente conhecida como geração 8.5. Não é uma geração nova, mas sim uma atualização do modelo que já conhecemos desde 2019.

Olhando para as tabelas de vendas, os anos parecem não pesar a este modelo da Volkswagen. Tendo em conta os números do mercado europeu no primeiro semestre deste ano, o Golf está de «pedra e cal» no seu estatuto de best seller: dos 25 modelos mais vendidos na Europa, o Volkswagen Golf ocupou o segundo lugar do pódio, com 126 993 unidades vendidas, apenas superado pelo Dacia Sandero.

Poderá a Volkswagen despedir-se de uma força de vendas da dimensão do Golf? A resposta é claramente um não.

No entanto colocam-se outras questões, nomeadamente a idade da plataforma MQB. Lançada originalmente em 2012, esta plataforma terá mais de vinte anos em 2035. Segundo Kai Grünitz, membro do conselho de administração da Volkswagen, a idade não deverá ser um problema.

Este responsável apelida a atual plataforma MQB Evo — uma evolução da plataforma originalmente lançada em 2012 — de “perfeita”. E para quê mexer naquilo que já é “perfeito”, de acordo com este responsável.

Este seria o cenário «perfeito» para a Volkswagen. Assim não teria de investir centenas de milhões de euros na modernização das suas fábricas para acolher uma nova plataforma (robots, máquinas, procedimentos, ferramentas, etc) mantendo o Golf à venda com pequenas atualizações até 2035.

Recordamos que, só na Autoeuropa, a Volkswagen vai investir mais de 600 milhões de euros para produzir modelos com a plataforma MQB Evo. Sempre que a Volkswagen consegue prolongar a vida de uma plataforma, está também a maximizar as suas margens e a reduzir os seus custos.

Um nuvem no horizonte: regulação

Este prolongamento da produção deste modelo depende, no entanto, não só da «vontade» da Volkswagen, mas dos regulamentos europeu.

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“Se forem introduzidas de repente novas regras de segurança que o Golf não cumpre, a sua atualização pode tornar-se muito cara para se manter a sua produção,” referiu Kai Grünitz a esta edição da Top Gear.

Um receio que é partilhado por outros responsáveis de marcas, como Luca De Meo, CEO do Grupo Renault, que já se queixou das mudanças constantes de regulamentos na Europa, numa carta dirigida a todos os cidadãos europeus.

Seja como for, a verdade que o construtor já tem uma versão elétrica do Golf a caminho. O modelo a combustão deverá ser assim vendido em paralelo com o novo Golf 100% elétrico e que deverá chegar ao mercado antes do final desta década.

Fonte: Top Gear NL

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