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Volvo continua a crescer em 2024 mas final de ano vai ser desafiante

A Volvo continuou a crescer no terceiro trimestre, mas como outros, está a rever em baixa os seus objetivos do ano devido a um arrefecimento do mercado.

Volvo EX90 - 3/4 de frente em estrada
© Volvo

Primeiro, as boas notícias. Na apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2024 (julho a setembro), a que pudemos assistir, a Volvo Cars anunciou novo aumento de vendas e da margem de lucro operacional em relação ao mesmo período em 2023.

As vendas globais cresceram 3% para 172 849 unidades e a margem de lucro operacional para os 6,2% (4,3% registados o ano passado). No entanto, apesar de isto se traduzir num lucro de aproximadamente 500 milhões de euros (5,7 mil milhões de coroas suecas), este é inferior aos quase 535 milhões de euros (6,1 mil milhões de coroas suecas) obtidos no terceiro trimestre de 2023.

Ainda relativamente às vendas do terceiro trimestre, a Volvo realça que os elétricos e híbridos plug-in corresponderam a 48% do total mundial, sendo uma das quotas mais elevadas entre as marcas premium.

Volvo XC90 - 3/4 de frente
© Volvo Em 2024, além da chegada (atrasada) do EX90, a Volvo também já revelou um renovado XC90.

A marca premium que mais cresce

As boas notícias do trimestre continuam na conquista de quota de mercado que, na Europa, subiu de 1,7% em 2023 para os 2,4% em 2024.

Os responsáveis por este salto? O EX30 e o XC60. Apesar deste último estar em final de carreira continua a ser um dos mais vendidos (Europa) na sua classe — vendas a subir em 2024 —, só superado pelo Mercedes-Benz GLC.

Fazendo as contas ao ano, a Volvo regista de janeiro a setembro um aumento de vendas de 10%, o que deixa boas perspetivas para um novo recorde de vendas em 2024, depois de o também ter feito em 2023. É também um crescimento muito superior ao do mercado premium onde se insere, estimando-se que cresça apenas 1% este ano.

Crescimento sob ameaça

No entanto, estes números não se deverão manter até ao final do ano, de acordo com a Volvo. Aliás, o construtor sueco reviu em baixa os seus objetivos para 2024, algo que já vimos acontecer também no Grupo Volkswagen, Stellantis, Grupo BMW e Mercedes-Benz.

A Volvo Cars previa crescer 15% este ano em vendas, mas agora prevê ficar-se pelos 8%, o que deixa adivinhar um último trimestre do ano desafiante.

Jim Rowan, o diretor-executivo da Volvo Cars, justifica esta revisão em baixa com o arrefecimento do mercado que também já afeta a procura por modelos premium. Por isso, o foco agora está em não perseguir volumes, mas preservar valor e fluxo de caixa:

“Não podemos controlar as atuais incertezas geopolíticas e os ventos económicos contrários. Mas podemos tentar navegá-los com velocidade, propósito e um foco claro. Mais do que nunca, o nosso foco é preservar o cash flow e, ao mesmo tempo, criar valor — para os nossos acionistas, clientes e funcionários.”

Jim Rowan, CEO Volvo Cars