Intel estende domínio ao desporto motorizado

A eletrónica de gestão de motores tem evoluído imenso, cada vez mais as ECU’s a terem um papel preponderante no potencial que se pode obter de um motor.

Num mundo onde a tecnologia está cada vez mais presente na indústria automóvel, o desporto motorizado não está imune, aliás, é muitas vezes das inovações tecnológicas introduzidas no desporto motorizado, que surgem para a produção sistemas eletrónicos complexos, revolucionando todo o panorama automóvel.

Mas o choque tecnológico aqui vai mais além, pois a Bosch Motorsports recorreu a um atalho para ter a gama de ECU’s mais competitiva do mundo.

Agora, onde é que o gigante norte americano de nome Intel, entra no panorama automóvel

É muito simples. A Bosch Motorsport é responsável por inúmeros sistemas eletrónicos e outros componentes presentes no atual campeão das 24H de Le mans, o Audi R18 e-tron TDi. Mas para o carro estar desenvolvido por altura da grande corrida de resistência, a Bosch decidiu cortar caminho ou não seria capaz de ter um sistema de gestão eletrónica para o motor TDi.

E por isso mesmo recorreu aos préstimos da Wind River, uma empresa de desenvolvimento de software crítico e prestação de serviços na área da consultoria informática. O software VxWorks da Wind River, permitiu não só ter a vantagem de controlar todo o sistema de gestão do motor do Audi R18 e-tron TDi, como ainda conseguiu gerir e processar todos os dados de telemetria necessários.

Segundo o Chefe de Equipa para o desenvolvimento de Hardware do grupo Bosch Motorsport, para as necessidades de aquisição de dados em tempo real e com precisão, o sistema operativo VxWorks da Wind River, provou ser altamente eficiente e fiável, o que permitiu à equipa de engenheiros encurtar o tempo de desenvolvimento das ECU’s em 50%.

O grupo Bosch Motorsport já pertence ao Grupo Bosch Engeneering, mas o curioso é que a Wind River pertence à Intel e aliás, foi especialmente criada para o desenvolvimento de software e prestação de outros serviços informáticos, tal e qual como o que aconteceu com as divisões da Microsoft, impostas pela regulação do mercado.

A Wind River, subsidiária da Intel, através desta parceria de sucesso, pretende estender os seus serviços e aplicar os sistemas operativos de gestão a uma panóplia de parcerias e quem sabe, ao mercado automóvel de produção.

Não se surpreendam, se um dia abrirem o capot do vosso carro e na ECU encontrarem o holograma da Intel!

Ricardo Neves

Tem no ADN a paixão por automóveis. Atingiu na formação como mecânico de automóveis o nirvana do viver e respirar técnica automóvel.

Bosch, Intel