Este Ferrari 250 GTO vai a leilão e promete ser o mais caro de sempre

Surgir um Ferrari 250 GTO em leilão não é assim tão frequente (só se fizeram 39 unidades). A última vez que aconteceu foi em 2018 e rendeu aproximadamente 42,8 milhões de euros(!).

Este ano veremos o leilão do chassis #3765 e promete trocar de mãos por um valor bastante superior, pois este foi o único GTO da primeira série que pertenceu à Scuderia Ferrari.

Construído em 1962, este exemplar é também chamado de 330 LM ou 330 GTO, devido ao facto de o seu V12 ter 4,0 l de capacidade (330 cm³ por cilindro) e não 3,0 l (250 cm³ por cilindro) como nos outros GTO. Só houve três exemplares construídos com o V12 maior.

Em 1962, participou nas 24 de Le Mans, com Mike Parks e Lorenzo Bandini ao volante. E no mesmo ano, participou nos 1000 km de Nürburgring, conquistando o segundo lugar na prova.

O GTO com o chassis #3765 ainda esteve uns anos no mundo da competição, até que entrou noutro, muito mais tranquilo, o das coleções privadas.

Nesta fase já pertenceu a um dos presidentes do Ferrari Club of America e ao longo dos últimos 38 anos foi alvo de uma meticulosa dose de atenção.

Por isso mesmo, à primeira vista, o Ferrari 330 LM / 250 GTO #3765 está longe de parecer um automóvel com mais de 60 anos. E em conjunto com um histórico totalmente documentado, tem conquistado diversos prémios em eventos.

No seu currículo está o FCA Platinum Award e o título de carro mais belo do Cavallino Classic. Em 2011, em Pebble Beach, conquistou a segunda posição entre os 23 Ferrari GTO presentes. Logo de seguida foi o “Best of Show” em Amelia Island.

Com tudo isto, resta adivinhar quanto poderá valer o único Ferrari 250 GTO de primeira série. O único que correu oficialmente pela Scuderia Ferrari e que se encontra num invejável estado de conservação.

O leilão, organizado pela RM Sotheby’s, está marcado para o dia 13 de novembro, em Nova Iorque, durante as vendas de Arte Moderna e Contemporânea da Sotheby’s.

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Recordistas dos leilões

Esta é certamente uma oportunidade única para qualquer colecionador, sendo que o valor da venda tem tudo para bater recordes. Em leilões anteriores, ou em vendas privadas, os Ferrari 250 GTO têm sempre sido sinónimo de largos «milhões».

Em 2012, por exemplo, a unidade construída para Sir Stirling Moss, com o chassis #3505GT e com a carroçaria pintada em verde-claro, foi vendida por 35 milhões de euros. E pouco depois disso, o #5111GT trocou de proprietário por 38,26 milhões de euros.

Como referimos no início, em 2018 o chassis #3413 foi vendido por quase 42,8 milhões de euros. Nesse mesmo ano, contudo e alegadamente, um 250 GTO (#4153GT) trocou de mãos (privadamente) por cerca de 60 milhões de euros.

A RM Sotheby’s aponta para que o chassis #3765 atinja um valor superior a 55 milhões de euros. Aqui na redação, no entanto, não apostamos contra que deverá superar essa estimativa.

Apesar dos valores astronómicos pelo qual troca de dono, o Ferrari 250 GTO acabou por perder o título de automóvel mais caro vendido em leilão em 2022. O responsável? O Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé de 1955, que foi vendido por… 135 milhões de euros(!):

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João Delfim Tomé

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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