Notícias Sempre a valorizar. Ferrari 250 GTO atinge valor recorde em leilão

Leilão

Sempre a valorizar. Ferrari 250 GTO atinge valor recorde em leilão

Não é todos os dias que um Ferrari 250 GTO troca de mãos e quando acontece, é quase sempre por um valor recorde.

Ferrari 250 GTO vista lateral
© RM Sotheby's

Cada vez que surge um Ferrari 250 GTO no mercado, é garantido que a passagem para um novo dono vai valer dezenas e dezenas de milhões.

Afinal só se fizeram 39 unidades entre 1962 e 1964 do Gran Turismo Omologato, tendo sido o «alvo a bater» nos circuitos de então. Basta referir que dois dos três carros mais caros de sempre vendidos em leilão são 250 GTO, com o último a ter rendido praticamente 43 milhões de euros em 2018.

Ferrari 250 GTO frente
© RM Sotheby's

Só que agora há um novo «rei» entre os Ferrari 250 GTO. Há muito antecipado, o chassis #3765 foi ontem (13 de novembro), finalmente, leiloado pela RM Sotheby’s em Nova Iorque (EUA).

É, talvez, o 250 GTO mais significativo de todos. Foi o único da primeira série a correr oficialmente pela Scuderia Ferrari. As expetativas relativas ao valor de venda eram, por isso, elevadas… talvez em demasia.

Sim, apesar de ser o carro que é e de ter o significado histórico que tem, este 250 GTO ficou aquém da estimativa da leiloeira, que previa um valor de 55 milhões de euros. Mesmo assim, o valor foi suficiente para lhe dar o título de 250 GTO e de o Ferrari mais caro de sempre vendido em leilão.

O Ferrari 250 GTO #3765 foi arrematado por 51,705 milhões de dólares, o que dá praticamente 48,247 milhões de euros.

Destrona o anterior recordista, o 250 GTO #3413, por pouco mais de cinco milhões de euros. Contudo, continua a estar a uma distância «impossível» do carro mais caro de sempre vendido em leilão, que foi vendido por 135,85 milhões de euros — e, claro, não é um Ferrari…

#3765

Como começámos por dizer, apesar de qualquer 250 GTO ser uma preciosidade, este exemplar de 1962 ganha relevância por ter sido o único da primeira série (houve uma segunda) a correr oficialmente pela Ferrari.

Ferrari 250 GTO motor
© RM Sotheby's Glorioso

Além disso, é ainda mais especial por ser apenas um de três exemplares com o V12 de 4,0 l de capacidade. Não estranhe, por isso, se chamarem ao chassis #3765 de Ferrari 330 LM ou 330 GTO. É uma referência aos 330 cm3 por cilindro do V12, ao contrário dos 250 cm3 por cilindro (3,0 l no total) dos outros 250 GTO.

A história deste 250 GTO, como a dos outros, foi escrita nas pistas. Em 1962 participou nas 24 Horas de Le Mans, com Mike Parks e Lorenzo Bandini ao volante. No mesmo ano, participou nos 1000 km de Nürburgring, conquistando o segundo lugar na prova.

Continuou a competir mais uns anos, mas após o fim da sua carreira, a sua história fez-se nas coleções privadas onde esteve. Um dos donos foi um dos presidentes do Ferrari Club of America e ao longo dos últimos 38 anos foi sempre alvo de uma meticulosa dose de atenção, detalhadamente documentada.

Não admira que tenha conquistado igualmente outro tipo de pódios, em eventos de clássicos. Desde o FCA Platinum Award ao segundo lugar entre 23 outros 250 GTO na edição de 2011 de Pebble Beach, ao “Best of Show” no evento de Amelia Island.

Tem agora pela frente um reinado como o Ferrari mais caro de sempre em leilão, que se pode estender por vários anos. Isto até que apareça outro 250 GTO que o desafie.

Ferrari 250 GTO traseira
© RM Sotheby's