Notícias “The Beast” está à venda. O carro com o V12 de 27 l de um caça da Segunda Guerra Mundial

Leilão

“The Beast” está à venda. O carro com o V12 de 27 l de um caça da Segunda Guerra Mundial

Um autêntico unicórnio, o "The Beast" chegou a ser o carro mais potente do mundo pelo Guiness World Records.

The Beast vista dianteira 3/4
© Car & Classic

Meio carro, meio avião. Nascido nos loucos anos 70, o “The Beast” é uma proposta única e o resultado do espírito criativo britânico.

Atualmente está a leilão no Car & Classic e sem qualquer preço indicado, a história do “The Beast” quase dava um livro.

Esta começa em 1966 como um chassis ao qual foi aplicado o motor de um tanque da Segunda Guerra Mundial por Paul Jameson, mas seria John Dodd o responsável máximo por esta criação.

The Beast vista traseira 3/4
© Car & Classic

Dodd foi incumbido, originalmente, de conceber uma transmissão capaz de lidar com os números gigantes do motor, mas acabou por comprar o projeto em 1972 e transformou-o naquilo que vemos hoje.

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Uma «espécie» de Rolls-Royce

A primeira coisa que Dodd fez desaparecer do “The Beast” foi o motor do tanque, mas no seu lugar teríamos algo ainda mais especial: o V12 de 27 l — 27 mil centímetros cúbicos — usado pelos famosos aviões Spitfire, o Rolls-Royce Merlin.

O próximo passo seria «vestir» o chassis e o motor, e, para isso, Dodd contactou a empresa Fibre Glass Repairs.

© Wikimedia Commons O Supermarine Spitfire com o qual o “The Beast” partilha o motor.

Conhecida pela produção de carroçarias para dragsters, a Fibre Glass Repairs deu forma a este monstro.

O resultado foi um carro de proporções estranhas, com um capô super-longo, ao qual não faltava a típica grelha da Rolls-Royce. Afinal, o seu motor havia sido criado pela reputada empresa britânica.

Já no interior, o tabliê pode não ter a qualidade que encontramos num Rolls-Royce, mas é sem dúvida mais exclusivo do que o de qualquer criação da marca, com os muitos comandos a recordarem-nos um cockpit de aviões.

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“The Beast”, o carro mais potente do mundo

Naturalmente, o “The Beast” deu que falar. Surgiu em revistas, jornais e até marcou presença no Top Gear.

Em 1973 foi posto à prova pelo RAC (Royal Automobile Club), e depressa demonstrou as suas capacidades: alcançou os 295 km/h numa época em que a maioria dos modelos familiares já «suava» para ultrapassar os 120 km/h.

Já em 1977 entrou para o Livro dos Recordes do Guiness como o carro mais potente do mundo. Isto apesar de nunca ter sido testado num banco de potência.

Nos Spitfire, o V12 de 27 l debitava cerca de 1520 cv de potência. Contudo, como o “The Beast” abdicou do compressor presente nos aviões, sua potência terá de ser mais modesta.

The Beast pormenor motor
© Car & Classic O Rolls-Royce Merlin que tornou o “The Beast” famoso.

As estimativas apontavam para cerca de 760 cv, mas John Dodd chegou a afirmar à EVO Magazine que o “The Beast” debitava cerca de 960 cv e 1030 Nm.

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Problemas legais

Apesar de toda a atenção que o “The Beast” captou, a Rolls-Royce nunca apreciou a apropriação da sua grelha e acabou por processar John Dodd.

Os tribunais britânicos deram razão à marca e Dodd teve de esconder o “The Beast” e… fugir para Espanha. Mais tarde voltou a reunir-se com a sua criação, mas abdicou da grelha da Rolls-Royce.

O mais curioso é que apesar da vitória legal da Rolls-Royce, o “The Beast” está registado como sendo um modelo da marca britânica, estabelecendo uma espécie de «empate» entre a luxuosa marca e John Dodd.

Agora o “The Beast” procura um novo dono, de preferência alguém que queira usá-lo quase diariamente como fez John Dodd ao longo de vários anos.

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