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Acreditem, a Mazda está a desenvolver um novo motor Diesel

Apesar de hoje em dia o Diesel ser "persona non grata", a pequena Mazda desenvolve, de momento, uma nova geração do SKYACTIV-D, o seu motor Diesel.

Mazda SKYACTIV-D

Durante o Mazda European Technology & Design Forum, experimentámos, antecipadamente, o revolucionário motor de combustão SKYACTIV-X. Mas o futuro da Mazda não começa e acaba neste inovador propulsor.

O evento permitiu “espreitar” o que o futuro reserva para a Mazda, destacando-se mais motorizações, híbridos, um elétrico que pode ser equipado com um Wankel, e também novidades ao nível do design e tecnologia.

As boas notícias é que não será preciso esperar muito pelas novidades, já que na sua maioria, chegarão em 2019, concentradas num modelo apenas, o sucessor do Mazda3. Estreará uma arquitetura evoluída, a segunda geração da linguagem de design KODO e introduzirá no mercado o SKYACTIV-X, o primeiro motor a gasolina capaz de ignição por compressão… tal e qual um motor Diesel. E por falar em Diesel…

Mazda Kai Concept
Kai Concept. Não mexam mais e produzam o Mazda3 assim.

Sim, a Mazda está a desenvolver um novo motor Diesel

Experimentámos o motor de combustão do futuro, vimos o atrativo Mazda Kai — que, ao que tudo indica, antecipa o novo Mazda3 —, mas entre as muitas novidades anunciadas, uma captou particularmente a nossa atenção.

Podia-se ler, num calendário sobre as futuras novidades da marca, que em 2020 haverá um “SKYACTIV-D GEN 2”uma nova geração Diesel? Acreditem. Mais uma vez a Mazda em contra-ciclo, mas como já aconteceu antes, existe lógica por trás da “loucura”.

Porquê um novo motor Diesel?

A justificação veio do próprio Jeffrey H. Guyton, presidente e CEO da Mazda Motor Europe, em resposta à pergunta da Razão Automóvel sobre o porquê de um novo motor Diesel. Os motivos por detrás desta intrigante aposta, considerando o contexto atual, são vários, o que permitiu compreender a opção do construtor de Hiroshima.

Jeffrey H. Guyton começou por referir que a Mazda é dos poucos construtores cujos Diesel têm uma presença global. Não só vendem na Europa, como também vendem com sucesso na Austrália — em 2017 foi a segunda marca mais vendida —, além de ser o único construtor que vende com sucesso carros Diesel no Japão, país tradicionalmente avesso ao gasóleo. Tudo graças, sobretudo, à excelente aceitação do CX-5 nestes mercados.

Além disso, a Mazda vai apostar também no Diesel, nos Estados Unidos da América, precisamente onde se iniciou o Dieselgateneste ponto qualquer pessoa sã duvidaria da sanidade nos bastidores da Mazda, mas faz sentido. Mais uma vez, Guyton referiu que o problema não era com a tecnologia em si — na realidade, assiste-se a um crescimento em vendas e propostas Diesel nos SUV e pick-up.

Mazda CX-5

Segundo o próprio, as motorizações Diesel ainda têm, nos EUA, um fiel grupo de seguidores, consumidores que costumavam comprar carros premium Diesel de marcas como a Mercedes-Benz ou BMW. Para a Mazda, oferecer motorizações Diesel nos EUA é uma oportunidade de se aproximar das marcas premium, uma das medidas para elevar a imagem e posicionamento da marca no mercado norte-americano.

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E na Europa?

O Diesel já dominou a Europa, mas hoje em dia, como sabemos, o cenário é distinto. Mas, segundo o presidente e CEO da Mazda Motor Europe, pode haver um renascimento deste tipo de motor:

Quando os testes RDE (Real Driving Emissions) surgirem em setembro (…), eu penso, e espero, que os consumidores europeus comecem a perceber que a) vai haver testes reais, b) que existem ainda benefícios reais para ter um produto Diesel, e ainda c) os requerimentos não são tão diferentes dos gasolina. Posso imaginar que, com tudo isso, possa haver um renascimento dos Diesel na Europa.

Jeffrey H. Guyton, presidente e diretor executivo da Mazda Motor Europe
Mazda CX-5

Se o mercado Diesel na Europa renascerá, só o tempo o dirá, mas os sinais não são prometedores, prevendo-se que a quota de mercado continue a descer, pelo menos, até ao final da década.

Apesar da reticência europeia, o investimento da Mazda num novo SKYACTIV-D acaba por ser justificado pelo alcance global do motor. Precisamente a justificação que falta à maioria dos construtores europeus para avançar com um investimento semelhante, dado a excessiva dependência do mercado doméstico. Terá a Mazda razão?

 

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