Notícias McLaren W1. O hipercarro com os 30 cm que mais nenhum tem

Apresentação

McLaren W1. O hipercarro com os 30 cm que mais nenhum tem

O McLaren W1 é primeiro exemplar da nova geração de hipercarros. Aguardamos a resposta da Ferrari e da Porsche nos próximos meses.

Temos más notícias para os pessimistas: a indústria automóvel continua a fazer-nos sonhar. Acaba de ser apresentado o sucessor de uma das linhagens mais importantes da história da indústria automóvel. Falamos do sucessor dos poderosos McLaren F1 e McLaren P1.

Chama-se McLaren W1 e promete ser o próximo capítulo na história de superlativos da marca britânica. Uma história que começou em 1992, com o mítico McLaren F1 e que continua a sua trajetória mais de 30 anos depois.

Um passado que continua muito presente e que foi recordado nesta fotografia de família:

McLaren F1 P1 W1
© McLaren Da esquerda para a direita: McLaren F1, P1 e W1.

Os números do McLaren W1

Ainda só falámos de sonhos, mas estes hipercarros vivem muito à base números factuais. Números que, muitas vezes, também nos fazem sonhar. É o caso deste McLaren W1.

Está equipado com um motor V8 híbrido, capaz de desenvolver 1275 cv de potência e mais de 1340 Nm de binário máximo. Mas esta nem é, talvez, a parte mais importante…

McLaren W1 - com portas abertas
© McLaren O nome técnico é portas de abertura anedral. Um conceito que vem da aviação e que diz respeito ao movimento de abertura das portas.

Numa altura em que vários carros respondem com potências que superam os 1000 cv, o McLaren W1 responde com outro número: o peso. Este novo supercarro da marca inglesa reclama um peso total (a seco) de apenas 1399 kg.

Vamos colocar este número em perspetiva. É apenas 10 kg mais pesado do que este Volkswagen Clubsport S que testámos há uma semana:

Regressando ao McLaren W1, estamos a falar de uma relação peso/potência de 900 cv por tonelada. É isso mesmo: imaginem um Mazda MX-5, que pesa uma tonelada, e agora adicionem-lhe 900 cv de potência.

McLaren W1 - 3/4 de traseira
© McLaren A asa traseira consegue assumir várias posições. Tanto pode aumentar a força descendente como contribuir para reduzir o arrasto aerodinâmico.

O resultado prático é avassalador: os 0-100 km/h cumprem-se em 2,7s e os 0-200 km/h chegam em apenas 5,8s. Ainda conseguem respirar? Até aos 300 km/h só temos de aguardar 12,8s. A velocidade máxima está limitada a 350 km/h.

Uma pequena ajuda elétrica e muita pressão

No centro do chassis em carbono deste McLaren W1 encontramos um motor V8 com 4,0 litros de capacidade associado a uma pequena máquina elétrica. Já sabemos que a potência total combinada é de 1275 cv, mas vamos decompor este número.

McLaren W1 - interior
© McLaren No interior só há lugar para duas pessoas, ao contrário do McLaren F1 que tinha três lugares. Mas tudo está orientado para ajudar numa missão: ir muito rápido, sempre.

Como seria de esperar, a maior fatia de potência é oriunda do motor de combustão. Chama-se MHP-8 e a McLaren afirma que é um motor totalmente novo. Sozinho é capaz de gerar 930 cv de potência e atinge o redline às 9200 rpm.

McLaren W1 - cobertura do motor
© McLaren Apesar de completamente coberto por plásticos, é impossível não dar pela presença deste motor V8.

Podemos considerá-lo uma pequena maravilha da técnica. Para alcançar estes números foram usados alguns truques oriundos da Fórmula 1: as paredes da câmara de combustão receberam um tratamento especial antifricção e a gasolina é empurrada para o interior do motor a mais de 350 bar de pressão. Tudo isto ajuda este McLaren W1 a vencer outra corrida não menos importante… a das normas de emissões!

Quanto ao motor elétrico, esta unidade é capaz de desenvolver 346 cv de potência e é alimentado por uma bateria de 1,3 kWh de capacidade. O suficiente para o W1 ser capaz de percorrer 2,6 km em modo elétrico.

McLaren W1 - vista lateral
© McLaren O McLaren W1 é talvez o carro de produção da atualidade mais próximo de um protótipo de competição. Com a diferença que pode ir para o trabalho nele.

W1 é uma lição de aerodinâmica

Com tanta potência e um peso tão reduzido, a aerodinâmica tem um papel fundamental na estabilidade e rapidez em pista deste modelo. Por isso, tal como já vimos no McLaren Senna e no 765 LT, a nova «joia da coroa» inglesa também tem todo o tipo de sistemas de aerodinâmica ativa.

McLaren W1 - detalhe da asa traseira
© McLaren Todos os apêndices aerodinâmicos são controlados por uma unidade de comando que também controla a resposta das suspensões em tempo real.

Na dianteira tudo foi pensado para gerar a menor pressão possível e, simultaneamente, gerar o máximo de donwforce (força descendente) ao mesmo tempo que canaliza o ar para onde é mais necessário: arrefecimento do motor e dos travões.

Como seria de esperar, o fundo do McLaren W1 também foi totalmente esculpido para ajudar nesta missão. É aqui que encontramos escondido um enorme extrator de ar e um fundo praticamente plano para acelerar o fluxo de ar e gerar, mais uma vez, downforce.

McLaren W1 - assentos
© McLaren O espaço para as bagagens é praticamente inexistente, mas atrás dos bancos há espaço para colocar dois capacetes. Enfim, prioridades…

Na traseira, o destaque vai todo para a Active Long Tail que consegue aumentar o comprimento do W1 em cerca de 30 cm sempre que necessário e ainda funciona também como travão aerodinâmico nas travagens mais severas.

No total, com esta «ajuda» o McLaren W1 é capaz de gerar mais de uma tonelada de downforce. Mal podemos esperar pelos tempos oficiais no Nürburgring. O mesmo não deve dizer o Mercedes-AMG One…. que comecem os jogos!

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Infelizmente já esgotaram

Se estavam a pensar pegar no telefone e encomendar um W1 então saibam que já vão tarde. Apesar dos preços iniciarem-se nos 2,1 milhões de euros, as 399 unidades do McLaren W1 já têm destino.

Mas nem tudo são más notícias. A McLaren vai oferecer quatro anos de garantia sem limite de quilómetros aos novos proprietários deste hipercarro. Será que está algum a caminho de Portugal? Falaremos disso mais tarde.

Por agora, vale a pena recordar este teste da Razão Automóvel com um McLaren. Aumentem o volume: