Notícias Há uma nova marca chinesa a entrar em Portugal e já tem importador

Mercado

Há uma nova marca chinesa a entrar em Portugal e já tem importador

São cada vez mais as marcas chinesas a chegar a Portugal. Agora há mais um nome para decorar, chama-se Aion e será importada pelo Grupo JAP.

Aion UT, frente
© GAC

São cada vez mais, as marcas chinesas a chegar ao mercado europeu. E há mais um nome para decorar: a Aion.

A Razão Automóvel obteve confirmação oficial que o Grupo JAP será o responsável pela importação da Aion, uma das várias marcas da GAC – Guangzhou Automobile Group —, um dos maiores construtores de automóveis da China.

O objetivo da JAP é que as primeiras unidades da Aion cheguem a Portugal antes do verão. Como avançámos em janeiro, os primeiros modelos a chegar a Portugal vão ser o Aion UT, um utilitário do segmento B, e o Aion V, um SUV familiar compacto. A Carby assumirá o negócio do retalho.

Relacionado Toda a gente fala nos carros chineses mas estão a vender muito ou pouco?

Quem são os donos da Aion

Além de deter marcas como a Aion, a GAC, cujo capital é maioritariamente detido pelo Governo Chinês, também é responsável pela produção de automóveis para a Toyota e Honda. Foi com estas marcas que a GAC adquiriu o know-how necessário para a produção de automóveis. Daqui em diante, a Aion deverá começar a caminhar sozinha:

A GAC tem neste momento em marcha um plano de crescimento das suas marcas próprias. Está a abrir centros de pesquisa e desenvolvimento fora da China, a contratar gestores e designers na concorrência e a tentar ganhar tração com as suas próprias marcas, maioritariamente 100% elétricas.

Um plano ambicioso porque neste momento são os motores de combustão que mantêm a GAC no tabuleiro do xadrez automóvel, como revelou o relatório de contas relativo a 2024. O mercado de automóveis elétricos na China, apesar de estar a crescer, está difícil, inclusivamente para as marcas chinesas.

Corrida à importação

São cada vez mais os grupos a tentar replicar a estratégia da Salvador Caetano. Foi o histórico importador nacional da Toyota, que deu o pontapé de partida a esta «corrida asiática». Primeiro com a Toyota, mais tarde com Hyundai, Honda e Nissan, e agora com as chinesas BYD, XPeng e Dongfeng.

Para a Salvador Caetano, importar automóveis é como «jogar em casa». Para o Grupo JAP, é uma mudança substancial na sua orientação estratégica, após mais de 120 anos dedicados ao retalho de marcas de automóveis como a BMW, Audi, Volkswagen, Porsche, Renault, Nissan, Hyundai e de pesados industriais e agrícolas, como a MAN e a Case.

Este grupo fundado em 1904 — e que detém marcas como a Matrizauto e o franchise da rent-a-car SIXT em Portugal — é o segundo «colosso» do retalho automóvel português a escolher uma marca chinesa para estrear-se na importação automóvel.

Recordamos que o Grupo Auto-Industrial também entrou nesta corrida no final de 2024. Anunciou a sua entrada neste negócio através da importação da Forthing, uma marca do Grupo Dongfeng Motor Corporation (100% detido pelo Governo chinês).