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Tarifas de importação baixam para elétricos “made in China”. Tesla é a mais beneficiada

A Comissão Europeia reviu em baixa valor das tarifas de importação dos elétricos produzidos na China, mas faltam meses para serem aplicadas.

Tesla Model 3 Performance, frente
© Pedro Alves / Razão Automóvel

A revisão em baixa dos valores das tarifas de importação dos elétricos produzidos na China por parte da Comissão Europeia (CE) beneficiou muitos construtores, com a Tesla à cabeça.

O construtor norte-americano importa da China o Model 3 e, desde o dia 5 de julho, que é aplicada ao modelo uma tarifa de importação adicional de 20,8% em cima da regular de 10%. Na altura, a Tesla fez um pedido individual à CE para recalcular esse valor. A resposta chegou ontem, dia 20 de agosto.

A Comissão Europeia publicou o esboço da proposta definitiva das tarifas de importação e, no caso da Tesla, o valor caiu dos 20,8% para uns muito menos punitivos 9%. É, por agora, o construtor menos penalizado.

A Tesla pediu à CE para recalcular o valor da tarifa tendo como base apenas os subsídios específicos que tinha recebido. A investigação acabou por confirmar que a Tesla recebia menos subsídios que os outros construtores, com a maioria destes a envolverem o fornecimento de baterias abaixo do valor de mercado.

Os outros beneficiados

A Tesla, como referimos, não foi a única a ser beneficiada. A larga maioria dos construtores afetados têm agora tarifas mais reduzidas. Curiosamente, a taxa para os grupos/construtores que cooperaram na investigação da CE subiu meio ponto percentual, mas para os que não cooperaram, desceu 0,7 pontos.

  • BYD: 17,4% passa a 17,0%;
  • Geely: 19,9% passa a 19,3%;
  • SAIC: 37,6% passa a 36,3%;
  • Empresas que cooperaram: 20,8% passa a 21,3%;
  • Empresas que não cooperaram: 37,6% passa a 36,3%.

Detalhando um pouco mais, entre os beneficiados temos a Mini, do Grupo BMW, que viu as tarifas de importação dos seus elétricos produzidos na China — Cooper e Aceman —, ser reduzida de 37,6% para 21,3%.

Também a CUPRA, do Grupo Volkswagen, viu a tarifa do Tavascan ser reduzida dos 37,6% para os 21,3%.

O que acontece agora?

As tarifas de importação aos elétricos produzidos na China estão a ser aplicadas desde 5 de julho (aprovadas um dia antes), mas estas têm ainda um caráter provisório.

Estas só terão um caráter definitivo, provavelmente, em novembro, pouco depois da investigação da CE às subvenções dos elétricos produzidos na China estar concluída. Por isso, os valores revistos das tarifas agora conhecidos não terão aplicação imediata e mantém-se os valores das tarifas de importação provisórias — fique a conhecê-las.

Os construtores afetados têm agora 10 dias, a contar a partir de ontem, 20 de agosto, para requisitar audiências e fazerem comentários sobre a revisão das tarifas de importação.

Após considerar todos os comentários das partes interessadas, a Comissão irá apresentar o documento com o valor definitivo das taxas aos Estados-Membros, que irá a votos. As conclusões da investigação às subvenções dos elétricos produzidos na China vão ser conhecidas, o mais tardar, a 30 de outubro.

Quando as taxas definitivas de importação aos elétricos produzidos na China forem implementadas, ficarão em vigor por um período mínimo nunca inferior a cinco anos.