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Guerra comercial agrava-se. Como a China pode responder às tarifas europeias

A resposta da China às tarifas provisórias da UE aos carros elétricos pode arrastar para esta disputa os laticínios e a carne de porco.

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© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

A China reagiu ao anúncio da União Europeia (UE) sobre os possíveis aumentos de tarifas, tendo considerado a medida como um “ato flagrante de protecionismo”, e anunciou a intenção de apresentar uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC).

No início desta semana foi divulgado um agravamento das taxas de importação dos automóveis elétricos produzidos na China e importados para a Europa, que poderão ir até aos 38,1%, em cima dos 10% já existentes.

BYD Han dianteira
© Razão Automóvel BYD Han

No comunicado partilhado pela Comissão Europeia, ficou estabelecido que serão aplicadas tarifas distintas, tendo em conta o grau de cooperação dos construtores chineses com a investigação da UE. Assim, enquanto à SAIC (que tem a MG) será aplicada a taxa máxima de 38,1%, a Geely e a BYD terão uma taxa de importação de 20% e 17,4%, respetivamente.

“A China reserva-se no direito de apresentar uma queixa à OMC e de tomar todas as medidas necessárias para defender de forma resoluta os direitos e interesses das empresas chinesas.”

He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio Chinês

Recorde que Bruxelas «estendeu a mão» às autoridades chinesas para “explorar possíveis formas de resolver” este impasse. No entanto, caso não seja encontrada uma solução, as novas taxas serão aplicadas a partir já do próximo dia 4 de julho.

Como a China pode responder

De acordo com o avançado pela Reuters, a China poderá responder ao agravamento das tarifas de importação europeias dos carros elétricos que produz, penalizando as exportações da UE no setor alimentar.

As empresas do setor alimentar, especialmente no caso dos laticínios e da carne de porco, temem um aumento das taxas aduaneiras sobre os seus produtos.

A imprensa estatal chinesa noticiou que as empresas nacionais se estão a preparar para solicitar a abertura de inquéritos anti-subvenções e anti-dumping sobre importações de produtos lácteos e de carne de porco provenientes da UE. Caso se confirme poderá resultar em períodos de suspensão longos de trocas comerciais.

“As indústrias domésticas chinesas têm o direito de apresentar pedidos de investigação, de forma a salvaguardarem os seus direitos e interesses legítimos.”

He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio Chinês

O presidente da FNSEA, o maior sindicato de produtores agrícolas francês, Arnaud Rousseau, declarou à Reuters “estar preocupado. Nós podemos ter problemas rapidamente se não tivermos comércio com determinados países”, afirmou.

Fonte: Reuters e Euronews

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