Notícias Contra-ataque. China propõe tarifas a carros europeus de alta cilindrada

Mercado

Contra-ataque. China propõe tarifas a carros europeus de alta cilindrada

Apesar da UE ter suavizado as tarifas provisórias aos elétricos "made in China", a China ameaça com tarifas aos automóveis europeus de alta cilindrada.

Mercedes-Benz S 400 d W223
© Mercedes--Benz

A China ameaça responder às tarifas da União Europeia (UE) contra os elétricos que este país fabrica e exporta com… tarifas contra os automóveis europeus importados a combustão de alta cilindrada (com mais de 2,5 l de capacidade).

Recorde que a China já tinha apresentado uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) no início deste mês, mas a retaliação do gigante asiático deverá estender-se a tarifas adicionais de importação — e não apenas a automóveis.

Este tópico de penalizar os automóveis com motores de alta cilindrada não é propriamente nova. Aquando do anúncio das tarifas de importação, a China ameaçou, desde logo, com taxas adicionais de até 25% à UE e aos Estados Unidos da América (EUA), sobre esses carros importados.

BMW x7 frente 3/4
© BMW BMW X7

Alemanha é a mais prejudicada

O objetivo de ter um «alvo» tão específico — motores com mais de 2,5 l — é mesmo o de «atacar onde mais dói», ou seja, a indústria automóvel alemã (e o motor industrial da Europa), especialmente, os construtores premium.

Segundo as autoridades chinesas, no ano passado, a Alemanha exportou para a China 1,2 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) em automóveis com motores de grande cilindrada.

Assim, ao aumentar as tarifas para estes modelos, iria prejudicar as vendas de marcas alemãs como a Mercedes-Benz, BMW, Audi e Porsche, onde o mercado chinês representa uma parte crucial das suas vendas.

Tarifas mais suaves

Recorde que recentemente a Comissão Europeia reviu em baixa as tarifas de importação de elétricos produzidos na China. A maioria das tarifas foi reduzida em algumas décimas, mas houve construtores, como a Tesla (Model 3 é produzido na China), que viu o valor descer dos 20,8% para os 9%:

Contudo, a UE está determinada, mas a China tem procurado influenciar vários estados-membros a rejeitar as tarifas de importação adicionais sobre os elétricos “made in China”.

Recorde que para as tarifas provisórias se tornarem oficiais é necessário que na votação final haja uma maioria qualificada de 15 países membros — que representem 65% da população da UE.

Foi efetuada no mês passado uma votação secreta entre os 27 Estados-membros, sem força legal obrigatória, para averiguar para que lado pende a balança. Apenas 12 votaram a favor, quatro votaram contra e os restantes 11 abstiveram-se. Entre as abstenções temos a Alemanha, Finlândia e Suécia, enquanto entre os que votam a favor temos a França, Itália e Espanha.

Fonte: Automotive News Europe