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Como Trump pode destruir 25% do excedente comercial desta indústria europeia

As contas são da Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (CLEPA). Tarifas americanas significam menos 6,8 mil milhões de euros na UE.

Donald Trump
© Facebook Donald Trump

O agravamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União Europeia “está a ameaçar seriamente a indústria europeia de componentes automóveis”, alerta a Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (CLEPA).

Nos últimos anos, especialmente desde a pandemia de COVID-19, as exportações para o mercado norte-americano têm ajudado a compensar, em parte, a queda do saldo comercial entre a Europa e a China.

Nos últimos cinco anos, as importações europeias de componentes para automóveis oriundos da China, excluindo baterias, quase duplicaram. Esta situação tem vindo a transformar profundamente as cadeias de fornecimento do setor na Europa.

Componentes Audi
© André Mendes / Razão Automóvel

Contudo, com a chegada de Donald Trump à Casa Branca há um novo desafio à espreita: as tarifas. Como é que estas podem afetar a economia europeia no setor automóvel? A CLEPA acaba de comunicar os primeiros indicadores.

O problema das tarifas em euros

Esta semana, o presidente Trump anunciou tarifas adicionais de 25% sobre o alumínio e o aço europeu importados para os EUA. Tarifas que afetam não só os materiais, como também os componentes fabricados com estes, incluíndo componentes para a indústria automóvel.

Segundo dados divulgados pela CLEPA, estas medidas podem fazer desaparecer um quarto do excedente comercial da União Europeia no setor dos componentes automóveis, fortemente dependente do mercado norte-americano. Não é magia, é economia.

O excedente comercial anual da União Europeia no setor de componentes automóveis, excluindo baterias e semicondutores, é de aproximadamente 26,7 mil milhões de euros. Considerando que os Estados Unidos representam cerca de um quarto desse excedente, as tarifas americanas colocam em risco aproximadamente 6,8 mil milhões de euros do saldo comercial da União Europeia neste setor.​

Caso este cenário se mantenha, a CLEPA alerta para perdas significativas de postos de trabalho e retração no investimento a curto prazo. A indústria dos componentes automóveis representam aproximadamente 1,7 milhões de postos de trabalho na União Europeia.

Crise do outro lado do Atlântico

Os efeitos, contudo, vão muito além das exportações diretas para os Estados Unidos. As novas tarifas impostas por Washington ao México também podem penalizar significativamente os fornecedores europeus, que ao longo da última década investiram cerca de 10 mil milhões de euros em fábricas no México.

A incerteza crescente no mercado norte-americano obriga agora as empresas europeias a ponderar medidas com impactos financeiros significativos: relocalizar operações, absorver custos adicionais ou perder quota de mercado.

A urgência de medidas na União Europeia

Perante esta nova realidade, a CLEPA sublinha a urgência de a União Europeia rever a sua estratégia comercial e de investimento. Nomeadamente “apostar em parcerias estratégicas com mercados-chave como o Reino Unido, Coreia do Sul, Japão e países do Mercosul torna-se cada vez mais prioritário, a par do fortalecimento da base industrial europeia”.

“Enquanto a Europa enfrenta estes desafios, o seu investimento nas transições verde e digital permanece débil” considera a mesma associação. Recordando que “o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no bloco europeu atingiu recentemente o nível mais baixo dos últimos três anos, em claro contraste com os Estados Unidos, que captaram mais do dobro do investimento estrangeiro no mesmo período” afirmou em comunicado.

Encurralada entre a política comercial protecionista “America First” de Trump e a expansão contínua da influência económica chinesa, a “Europa encontra-se numa encruzilhada” defende a CLEPA, apontando três eixos estratégicos: reforçar a competitividade, apostar em inovação e valorizar a cadeia de valor industrial europeia.

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