Sem surpresa? Honda E diz adeus ao mercado europeu

A Honda anunciou que vai encerrar as encomendas daquele que foi o primeiro automóvel 100% elétrico da sua história, o pequeno Honda E, praticamente quatro anos depois de o termos conhecido na companhia do Tiago Monteiro.

Segundo a marca, esta decisão está relacionada com a sua estratégia de eletrificação, que terá novidades já no início do próximo ano, no CES (Consumer Electronics Show).

A feira de tecnologia que se realiza anualmente em Las Vegas (EUA) foi o local escolhido para a apresentação de uma nova família de automóveis 100% elétricos que a Honda pretende comercializar a nível global.

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Quanto ao pequeno Honda E, a sua história foi mais curta do que o inicialmente previsto e o seu sucesso comercial também ficou abaixo das expetativas.

A Honda apontava para um valor de 10 mil unidades por ano no mercado europeu, mas o melhor que conseguiu foi 3436 unidades em 2021, tendo descido para as 2110 unidades em 2022.

As razões para esta performance comercial são as mesmas que apontámos quando o testámos: preço de venda elevado e autonomia.

O preço hoje supera os 41 mil euros — um valor que o coloca entre outras propostas elétricas bem mais sérias —; enquanto a autonomia máxima de pouco mais de 200 km (oficiais) também nunca foi argumento para muitos dos potenciais clientes (valor justificado em parte pela pequena bateria de 35,5 kWh).

À frente do seu tempo?

Acaba por ser uma pena o destino do simpático Honda E. Um modelo que se destacou pelo seu desenho evocativo, mas também arrojado (a iluminação quase parecia vinda de um concept digno de um salão); e pelo interior muito convidativo, conseguindo combinar de forma atrativa tecnologia com materiais mais tradicionais, como tecido e madeira.

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Além disso, este modelo ainda incluía alguns equipamentos que eram muito pouco comuns na altura, especialmente num modelo de produção. Entre eles, as câmaras exteriores destinadas a substituir os espelhos retrovisores e os diversos monitores e mostradores digitais que praticamente ocupavam toda a largura do tabliê.

O que se segue?

Para já, o único representante da Honda para a categoria dos automóveis 100% elétricos passa a ser o e:NY1 — que se lê mais ou menos como “anyone” —, mas tem um preço base próximo dos 55 mil euros.

No entanto, o mais recente SUV da marca nipónica não só conta com um habitáculo mais amplo que o do Honda E, como o seu sistema elétrico já permite uma autonomia máxima acima dos 400 km.

O próximo passo da Honda nos elétricos poderá ser aquele de que já falámos mais acima, com a apresentação de um novo concept — que parece ser muito futurista, como se pode ver na imagem acima —, no CES, prevista para o início de 2024.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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