Notícias Indústria automóvel europeia quer uma redução mútua das tarifas

Mercado

Indústria automóvel europeia quer uma redução mútua das tarifas

A indústria automóvel europeia está a reagir com preocupação às tarifas automóveis e recíprocas dos EUA e reuniu-se com a Comissão Europeia à procura de soluções.

linha de produção do Volkswagen Golf
© Volkswagen

O setor automóvel está num estado de alerta elevado, após Donald Trump, presidente dos EUA, ter aplicado tarifas de 25% sobre todos os automóveis importados para o país, assim como sobre o aço e o alumínio (25%) e as tarifas recíprocas (20%) que, apesar de não serem dirigidas aos automóveis diretamente, também têm impacto sobre os custos.

Recentemente, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (CE), reuniu-se com representantes do setor — ACEA, CLEPA, Stellantis, Grupo BMW, Grupo Volkswagen, Daimler, Bosch, entre outros —, para discutir as repercussões das tarifas sobre os automóveis e os seus componentes.

Mercedes Benz Classe E
© Mercedes-Benz Mercedes Benz Classe E

A indústria automóvel demonstrou nesta reunião uma preocupação grande com as implicações mais amplas das tarifas, com especial ênfase no risco de desvio do comércio. Foi realçado como estas medidas vão criar incertezas nas cadeias integradas de fornecimento que abrangem os dois lados do Atlântico e são fundamentais para os negócios atuais.

Os participantes defenderam “uma redução mútua das tarifas como parte de uma solução negociada”, pode ler-se em comunicado.

Sigrid de Vries, diretora-geral da ACEA, reforçou o ponto: “A volatilidade dos mercados globais está a aumentar as barreiras comerciais e os custos para as empresas. As tarifas não fazem nada para além de aumentar os preços para os consumidores na Europa, nos EUA e no mundo”.

Para além disto, foi ainda discutida a possibilidade de reduzir barreiras não tarifárias entre a UE e os EUA. Em vez de modificar as tarifas diretamente, a ideia seria diminuir as dificuldades que as empresas enfrentam ao transacionar produtos entre os dois blocos.

Por fim, os participantes incentivaram a Comissão Europeia a acelerar a implementação do Plano de Ação para a Competitividade da Indústria Automóvel. “É imperativo que as instituições europeias implementem ativamente o Plano de Ação Automóvel, para aumentar a competitividade, reduzir os custos, aliviar a carga regulamentar e fortalecer a produção europeia”, afirmou Sigrid de Vries.

Impactos profundos na UE

A indústria automóvel é um dos setores mais lesados pelas novas tarifas dos EUA, já que é o principal destino das exportações automóveis da UE. Segundo dados do Eurostat, em 2024, a UE exportou um total de 38,5 mil milhões de euros em automóveis, o que corresponde a cerca de 749 mil unidades — um quarto das exportações automóveis europeias.

Porsche Macan na estrada, frente
Mercado

Quantos automóveis a UE exporta para os EUA?

As exportações de automóveis da UE para os EUA representaram em 2024 um quarto do total, cenário que as tarifas estão a colocar em risco.

Mariana Teles

Em resposta às novas tarifas, a Comissão Europeia propôs tarifas zero sobre os produtos industriais norte-americanos, e enviou aos Estados-membros uma lista de produtos dos EUA que estarão sujeitos a novas taxas aduaneiras.

“A UE lamenta profundamente as novas tarifas dos EUA e continua empenhada no diálogo e na procura de uma solução negociada aceitável para ambas as partes”, afirmou Michał Baranowski, subsecretário de Estado do Ministério do Desenvolvimento Económico e da Tecnologia da Polónia, num conselho de negócios estrangeiros que teve lugar ontem, 7 de abril.

Relativamente às tarifas adicionais de 20% às importações europeias recentemente anunciadas, a UE ainda não se pronunciou.

Sabe esta resposta?
Em que data foi inaugurada a pista de testes de Nardò?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Nardò Technical Center. A pista de testes que se vê do espaço