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Compradores estão à espera de elétricos mais baratos? Procura está a cair

A procura por veículos elétricos na Europa tem vindo a mostrar uma tendência decrescente nos últimos meses. Conheça a razões.

Sinal de estacionamento para carregamento de veículos elétricos
© Fernando Gomes / Razão Automóvel

O automóvel segue em direção a um futuro (praticamente) elétrico, no entanto, esse futuro poderá demorar mais a chegar que o esperado.

No último mês soaram os alarmes, tanto por parte dos construtores automóveis — Ford ou a Volkswagen, por exemplo —, como até por parte de fornecedores de baterias (LG Energy Solutions, por exemplo), que anunciaram estar a assistir uma forte redução na procura por automóveis elétricos.

Volkswagen ID.7, traseira 3/4
© Volkswagen Volkswagen ID.7

Isto apesar de a venda de automóveis elétricos na Europa ter aumentado 47% nos primeiros nove meses (janeiro-setembro) do ano, os construtores não encontram motivos para celebrar. De tal forma, que já são muitos os que estão a rever objetivos de vendas e a alterar os seus planos de eletrificação.

O Grupo Volkswagen, por exemplo, decidiu adiar a construção de uma das suas fábricas de baterias na Europa, sem previsão de nova data. A Ford, juntamente com os parceiros Koc Holding e LG Energy Solutions, também decidiram não prosseguir com a construção de uma fábrica de baterias na Turquia.

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A redução da procura está a provocar, para já, uma desaceleração no ritmo de subida das vendas dos elétricos, que se poderá traduzir numa estagnação em 2024.

Que razões para esta desaceleração?

São avançadas várias razões para esta tendência na procura de elétricos. Pode dizer-se que dos vários culpados, um dos principais é mesmo… o «futuro». O que significa que os consumidores poderão estar à espera da próxima geração de elétricos — a maioria previstos para 2025 em diante — que prometem não só ser melhores, como também financeiramente mais acessíveis.

Estas expectativas em relação ao que aí vem, são também um problema para a indústria automóvel europeia, pois quando essa nova geração de modelos chegar, terá de lidar com novos concorrentes vindos de marcas chinesas que prometem ter preços muito competitivos.

É importante ter consciência de que grande parte dos consumidores, apesar de ter interesse em comprar um veículo elétrico — de acordo com as sondagens de mercado da The Langston Co —, não tem condições económicas para tal.

Além disso, à incerteza económica juntam-se as dúvidas dos consumidores de que os carros elétricos não consigam atender às suas atuais necessidades de segurança e autonomia (utilização).

De notar ainda que a rápida evolução tecnológica que se faz sentir nos automóveis elétricos, traga receios em relação aos valores residuais dos modelos atuais, deixando os consumidores hesitantes em mudar já para um elétrico.

E agora?

A Cox Automotive, empresa que disponibiliza serviços na área do comércio automóvel, resume o que esperar dos próximos anos (2024-2027) como o «vale da morte», devido à combinação de uma oferta elevada de modelos, baixos valores residuais, e de baixa procura.

O que se poderá traduzir no estagnar do crescimento das vendas de automóveis elétricos na Europa, o que também justifica a suspensão (por agora) de alguns dos investimentos planeados pela indústria.

Fonte: Automotive News