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Reino Unido quer ouvir fabricantes sobre metas de venda de elétricos

Em 2024, há uma quota imposta de 22% para a venda de elétricos no Reino Unido, mas está a ter um custo elevado para os construtores.

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© MG

O governo do Reino Unido anunciou que vai dar oito semanas (até 28 de fevereiro) aos fabricantes automóveis para apresentarem as suas considerações sobre o mandato de Veículos Zeros Emissões (ZEV).

Esta decisão surge após as enormes dificuldades do setor automóvel em atingir as quotas de venda de veículos elétricos impostas para 2024, o ano em que o mandato ZEV entrou em vigor.

Ao contrário da União Europeia, que impõe metas de redução das emissões de CO2, o Reino Unido decidiu impor quotas de vendas para veículos elétricos.

Rua em Londres com táxi e autocarro
© Sabrina Mazzeo

Em caso de incumprimento, tal como acontece na União Europeia, também no Reino Unido há a ameaça de pesadas multas. Os construtores serão penalizados em cerca de 18 150 euros por cada veículo vendido abaixo da quota estabelecida. Em casos extremos, as penalizações podem ascender a mais de 240 milhões de euros.

Custos elevados

Em 2024, a quota de veículos elétricos a atingir é de 22%, com esta a aumentar progressivamente até aos 80% em 2030, no caso dos ligeiros de passageiros. Em 2035 todos os veículos novos vendidos no país terão de ser elétricos.

Até outubro deste ano, a quota dos elétricos no Reino Unido estava em 18,7%, e mesmo com as vendas de elétricos a terem explodido em novembro (+58,3% em relação ao mês homólogo) e representado um quarto do total de vendas do mercado, não é suficiente para atingir os exigidos 22% de quota.

A Sociedade de Fabricantes e Comerciantes Automóveis britânica (SMMT) afirma que será possível atingir os 22% de quota até ao final do ano, mas o custo está a ser pesado para o setor automóvel.

A explosão nas vendas de elétricos no Reino Unido está a ser conseguida através de grandes descontos pelas marcas — não há incentivos do Estado à aquisição de elétricos. Estima-se que as marcas já tenham gasto cerca de 4,84 mil milhões de euros em descontos. Valor que pode ascender aos sete mil milhões de euros antes do final do ano.

Mike Hawes, diretor do SMMT, criticou a abordagem do mandato dizendo que a ideia de “construir primeiro e depois logo se vê”, não está a funcionar. “Estamos a construir, mas a procura não está a chegar em número suficiente”, afirmou.

fabricantes vão ser ouvidos

Diante estas dificuldades, o Departamento de Transportes do Reino Unido abriu uma consultoria para ouvir a indústria sobre a viabilidade do plano.

Contudo, o objetivo de atingir 80% de veículos elétricos até 2030 permanece inalterado. A secretária de transportes, Heidi Alexander, afirmou: “nos últimos anos, a nossa indústria automóvel tem estado a enfrentar dificuldades devido à falta de clareza e direção, mas vamos mudar isso.”

Fonte: Automotive News Europe

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