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Mercedes-Benz contra-ataca maus resultados com “dúzias” de novidades

A Mercedes-Benz revelou os resultados financeiros de 2024 e desapontaram. Por isso já reagiu revelando uma nova estratégia para os próximos anos.

Par de Mercedes-Benz CLA
© Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz anunciou os resultados financeiros de 2024 e não mostram um quadro positivo. Receitas e lucros caíram face a 2023: -4,5% (145,6 mil milhões de euros) e -28,4% (10,4 mil milhões de euros), respetivamente.

Os resultados financeiros refletem o ano desafiante que foi 2024 para a Mercedes-Benz, com quedas de vendas, receitas e rentabilidade. As principais causas estão na crescente competitividade de mercado e no menor volume de vendas verificado em mercados tão importantes como o da China — o seu maior mercado individual.

Ola Källenius
© Mercedes-Benz Ola Källenius, Presidente do Conselho de Administração do Mercedes-Benz Group AG, durante a conferência anual de resultados.

Para enfrentar esta queda, a Mercedes-Benz já anunciou medidas como a redução dos custos de produção em 10% até 2027, o que inclui renegociações com os seus fornecedores.

Contra-ataque

Além das sempre essenciais reduções de custos, a Mercedes-Benz também revelou um plano de contra-ataque designado por “Mastering Transformation”, cujo objetivo é tornar a empresa mais ágil, eficiente e robusta.

Para começar, ficam já prometidas “dúzias” de novos lançamentos ou atualizações de modelos até 2027. Em todos eles, a Mercedes-Benz pretende uniformizar a imagem em vez que separar a família de modelos 100% elétricos de todos os outros.

Tal como referido pela marca, “Um Mercedes-Benz é um Mercedes-Benz, independentemente da forma como é alimentado”. No futuro, a ideia é que os clientes da marca comecem por escolher o modelo que desejam e só depois se preocupem com o tipo de propulsão que mais se adapta às suas necessidades.

A próxima geração do Mercedes-Benz CLA será o primeiro modelo a seguir esta abordagem. Estará disponível numa versão 100% elétrica, mas também com um sistema híbrido de 48 V que inclui um novo motor a gasolina de quatro cilindros e uma caixa de velocidades eletrificada de oito relações com dupla embraiagem.

Mercedes-Benz CLA 2025, na estrada, frente 3/4
© Mercedes-Benz Mercedes-Benz CLA.

Graças a soluções de modularidade, a marca garante que conseguirá obter a melhor combinação entre espaço disponível e dimensões do conjunto. Isto ao mesmo tempo que consegue custos mais controlados e uma maior flexibilidade na produção.

“Dúzias” de novos modelos

Quando Ola Källenius, Presidente do Conselho de Administração do Mercedes-Benz Group AG, se refere a “dúzias de novos modelos ou atualizações” não é apenas uma força de expressão.

Até ao final de 2027, estão previstos 19 novos modelos equipados com motores de combustão, mas também 17 novidades alimentadas em exclusivo por eletricidade. A maioria está destinada, no entanto, a uma gama de preços mais elevada.

“A estratégia de valor sobre volume mantém-se. Não foi abandonada”

Harald Wilhelm, Membro do Conselho de Administração do Mercedes-Benz Group AG, responsável por Finanças & Controlo/Mercedes-Benz Mobility.

Entre as mais importantes — e além do CLA já anunciado —, estão as inéditas variantes 100% elétricas do Classe C e do GLC, que vêm preencher lacunas importantes. Também já está prevista uma versão 100% elétrica do Mercedes-Benz Classe E (vai tomar o lugar do EQE?), além da já anunciada “atualização significativa” do Classe S, prevista para 2026.

No que diz respeito aos segmentos de nicho, o Mercedes-Benz Classe G vai continuar a ser o símbolo do “luxo mais aventureiro”, mas a gama vai ser ampliada com um G de dimensões mais compactas. O luxo mais exclusivo e sofisticado continuará a ser representado pela Maybach, enquanto o luxo desportivo continuará a ser responsabilidade da AMG.

No caso da AMG, há novidades interessantes: está a desenvolver uma nova geração de motores V8 eletrificados. Ao mesmo tempo, esperem uma nova gama de desportivos 100% elétricos, desenvolvidos a partir da nova plataforma AMG.EA.

Mercedes-AMG gama
© Mercedes-AMG

Todas estes novos modelos estão previstos chegar até ao final de 2027. Apesar do número avultado de novidades, a Mercedes-Benz prevê reduzir a sua capacidade global de produção das 2,5 milhões de unidades em 2024, para um valor entre as 2,0-2,2 milhões de unidades em 2027.

O maior foco nos segmentos de topo e a supressão de modelos nos segmentos mais baixos — Classe A e Classe B vão deixar de fazer parte da gama —, ajuda a justificar esta redução.

O que não mudou foi a ambição de aumentar as vendas de veículos 100% elétricos e eletrificados, como se comprova pelo número elevado de novidades que pretende lançar.

Ainda que o construtor reconheça que esse aumento vai, obviamente, depender da forma como o mercado evolui, o objetivo é de alcançar os 30% de veículos eletrificados (elétricos e híbridos plug-in) no seu volume total de vendas até 2027. Em 2024, na sua divisão de carros, essa quota não foi além dos 18,5% (19,7% em 2023).