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As tarifas dos elétricos colocam os SEAT Ibiza e Arona em risco

Os Ibiza e Arona não são elétricos, mas as tarifas da UE para os elétricos "Made in China" têm consequências mais vastas do que se imagina.

SEAT Ibiza e Arona
© SEAT

A decisão da Comissão Europeia de impôr tarifas aos elétricos produzidos na China, não afetou apenas os construtores chineses: também houve construtores europeus afetados, como a SEAT S.A.

Os espanhóis produzem o CUPRA Tavascan no país asiático — resultado da parceria entre o Grupo Volkswagen e a JAC —, e acabaram por levar com a tarifa mais elevada de 35,3%, que depois é somada à tarifa regular de 10%.

CUPRA Tavascan, estrada, frente 3/4
© Razão Automóvel O CUPRA Tavascan é produzido na China ao qual é aplicado, atualmente, a tarifa mais elevada

Desde a implementação das tarifas, em outubro, que a empresa tem absorvido o custo adicional sem transferi-lo aos clientes, uma situação que Wayne Griffiths, o diretor executivo, considera insustentável. Basicamente, por cada Tavascan vendido a empresa tem prejuízo.

Em entrevista à Autocar, Griffiths afirmou que as tarifas impostas não só não protegem nem a Europa, nem a Espanha, como ainda estão a “prejudicar” a empresa. Segundo o mesmo, as tarifas estão a ter um impacto negativo na capacidade do construtor de atingir as metas de emissões cada vez mais rigorosas impostas pela Comissão Europeia.

Caso nenhuma atitude seja tomada, a SEAT S.A. poderá ver-se obrigada a reduzir a força de trabalho, assim como a sua gama de automóveis a combustão, como o Ibiza e o Arona, que se posicionam como os modelos de entrada da marca SEAT.

“Isto coloca-nos numa posição onde, potencialmente, teremos de começar a despedir pessoas. Até agora, em vez do cliente, temos sido nós a pagar e não podemos continuar a fazer isto.”

Wayne Griffiths, CEO da SEAT S.A.

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Adeus ao SEAT Ibiza e Arona?

A redução na gama de automóveis a combustão poderá afetar a carreira dos SEAT Ibiza e Arona. Estavam previstas atualizações significativas este ano para ambos, incluindo a introdução de motorizações híbridas. Contudo, com a implementação destas tarifas, o futuro destes modelos está em risco.

Griffiths alertou que, se as tarifas persistirem, a produção destes modelos poderá ter de ser interrompida. “Vamos ter de parar de produzir o SEAT Ibiza e Arona”, e “reduzir a produção de carros a combustão”. O executivo não especificou se, a acontecer, esta será uma medida permanente ou temporária.

SEAT Ibiza e Arona
© SEAT Estes são os Ibiza e Arona 2025, mas estão em risco de não chegarem ao mercado.

Próximos passos

À semelhança do que a Tesla conseguiu — tarifas foram reduzidas para 7,8% após pedido de reavaliação à Comissão Europeia —, a SEAT S.A. espera conseguir o mesmo.

“Estamos a olhar para diversas soluções com a Comissão Europeia. E temos o apoio do governo espanhol para arranjar uma solução”, afirmou Griffiths.

Mas a solução perfeita para o executivo, seria a eliminação total das tarifas, voltando ao esquema anterior: “Nunca é zero, é 10% (tarifa original). Esta foi a base para tomar todas as decisões na altura”.

Griffiths alertou que as mudanças das regras a meio do processo tornam as decisões tomadas difíceis de implementar. “Quando um fabricante automóvel toma uma decisão, é uma decisão de longo prazo. Não se pode alterar de um dia para o outro. Quando se começa a mudar as regras a meio do jogo, fica difícil de jogar. Precisamos de certezas”, concluiu.

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SEAT 1400. Este foi o primeiro automóvel da marca espanhola