SUV dominam na Europa e citadinos vendem-se cada vez menos

O ano de 2024 foi o segundo consecutivo em que os SUV foram a tipologia mais vendida, de acordo com os dados reunidos pela Dataforce.

Apesar de o mercado europeu ter praticamente estagnado — subiu ligeiramente em 0,9% para 12,96 milhões de unidades —, as vendas dos SUV subiram mais, em 4%, aumentando a sua quota de mercado.

As vendas subiram para as 6,9 milhões de unidades contra as 6,63 milhões unidades em 2023. Os SUV corresponderam a 53% de todos os automóveis vendidos na Europa no ano passado.

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Mariana Teles

O Tesla Model Y, o «nosso» Volkswagen T-Roc e o Volkswagen Tiguan foram os três SUV mais vendidos, com 210,4 mil, 203,6 mil e 195,2 mil unidades vendidas, respetivamente.

Adeus utilitários, olá SUV

Se olharmos para a tabela dos carros mais vendidos na Europa em 2024, encontramos três carros nos primeiros três lugares: Dacia Sandero, Volkswagen Golf e Renault Clio. São dois utilitários (seg. B) e um familiar compacto (seg. C).

Só que, contas feitas e como se pode ver na tabela abaixo, foi o segmento dos SUV compactos (C-SUV) — Volvo XC40, Kia Sportage, etc. — que levou «a taça para casa», com mais de três milhões de unidades vendidas.

Foi seguido pelo segmento dos SUV utilitários (B-SUV) — Toyota Yaris Cross, Volvo EX30, etc. —, com ambos os segmentos a crescer em 2024, 3,6% no caso do C-SUV e 9% no caso dos B-SUV. De notar que cresceram acima do mercado, aumentando a sua quota no mercado europeu.

A fechar o pódio temos o primeiro segmento com carros, o dos utilitários (B) — Dacia Sandero, Peugeot 208, etc. —, com quase dois milhões de unidades vendidas. Isto equivale a um crescimento de 1,8% face ao ano anterior, que também foi maior que o do mercado.

Gosto de conduzir lá no alto

Também sou fã dos SUV

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Contudo, o segmento que mais cresceu na Europa no ano passado foi o dos SUV Grandes (E-SUV) — Hyundai Santa Fe, Volkswagen Touareg, etc. —, que cresceram cerca de 18% face a 2023, totalizando praticamente 455 mil unidades.

O facto de ser SUV não significa, porém, sucesso automático. Os SUV Médios (D-SUV) — Tesla Model Y, Mercedes-Benz GLC, etc. —, viram as suas vendas descer 2,8% em relação a 2023. Mesmo assim, foram transacionadas quase 1,3 milhões de unidades.

De notar, que nesta ascensão dos SUV, observa-se também que a quota de elétricos nesta tipologia está a aumentar expressivamente. Em alguns segmentos, como o dos SUV Médios (D-SUV), as versões elétricas já correspondem a 55% das vendas (excluindo os modelos premium).

Há cada vez menos citadinos

Com o aumento da preferência dos consumidores por carroçarias mais altas, as carroçarias tradicionais — berlinas de quatro e cinco portas —, mais baixas e compactas, passam a «viver na sombra» dos SUV.

Tanto o segmento dos familiares compactos (C) — Volkswagen Golf, Peugeot 308, etc. — como os médios (D) venderam menos em 2024 do que em 2023, respetivamente, menos 3% e 2,5%. No caso dos familiares compactos venderam-se mais de 1,9 milhões de unidades, enquanto nos familiares (e executivos) médios venderam 705 mil unidades.

A grande queda de 2024 verificou-se no segmento dos citadinos (A) — FIAT Panda, Toyota Aygo, etc. —, que contraiu 22%, tendo-se vendido quase 544 mil unidades.

A contração deste segmento não é de agora. As vendas no segmento tem descido de ano para ano, mas a queda acelerou em 2024 e não é difícil de perceber o porquê.

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Nos últimos anos tem havido uma sangria progressiva de modelos no segmento — até a Smart deixou de ter citadinos —, desaparecendo até aqueles que movimentam grandes volumes, como o FIAT 500 a combustão.

Neste início de 2025, apenas a FIAT, Toyota, Dacia, Hyundai e Kia têm citadinos nas suas gamas. É de esperar que as fileiras sejam reforçadas nos próximos anos com propostas da Volkswagen e Renault, mas vão ser 100% elétricas, o que pode limitar o potencial de vendas.

Fonte: Dataforce via Automotive News Europe

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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